De outubro de 1995 até agosto de 2000, o atual vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, foi presidente da Halliburton Company, uma gigante indústria de energia.
“Você deve ir onde estiver o petróleo”, era a sua filosofia empresarial e para colocá-la em prática, fez negócios com o Irã, a Líbia, a Indonésia, Arábia Saudita e com o Iraque.
Note-se que, principalmente a Líbia e o Iraque, sofriam sanções comerciais norte-americanas na época.
A empresa continua na berlinda das negociações envolvendo o Iraque e a Casa Branca.
Os contratos sem concorrência obtidos no ano passado no Iraque provocaram um salto no faturamento da Halliburton e a livraram de um novo rebaixamento entre as agências de classificação de risco do país, onde a empresa aparece com alto endividamento.
Seus contratos com o governo foram responsáveis por cerca de 26% da receita total da Halliburton em 2003. Um ano antes, esse percentual não passava de 10%.
A Halliburton faturou US$ 3,6 bilhões e teve um lucro líquido de US$ 85 milhões com o fornecimento de combustível, material de transporte e alimentos para as tropas no Iraque.
No total, ganhou contratos a serem realizados nos próximos anos no país de até US$ 15 bilhões.
Durante os cinco anos em que Cheney esteve à frente da Halliburton, os contratos com o governo dos EUA não ultrapassaram US$ 2,3 bilhões.
Várias das operações já em andamento no Iraque estão sendo investigadas criminalmente por uma comissão independente do Pentágono. Há suspeitas de superfaturamento de mais de US$ 60 milhões nos preços do combustível fornecido.
A própria Halliburton já concordou em devolver US$ 36 milhões ao governo por refeições não entregues aos soldados no Iraque
As denúncias levantaram dúvidas sobre a candidatura de Cheney a vice nas próximas eleições de novembro.