Dinheiro sacado por Cunha seguiria para pesquisas de opinião

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Publicado Quinta, 24 de Novembro de 2005 às 16:17, por: CdB

O deputado João Paulo Cunha (PT-SP), em um depoimento de mais de cinco horas, procurou demonstrar sua inocência ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. O ex-presidente da Câmara assumiu ter recebido R$ 50 mil do Banco Rural a pedido do então tesoureiro Delúbio Soares. Segundo ele, o dinheiro era um pagamento do Diretório Nacional do partido que seria usado em pesquisas de opinião em Osasco, região metropolitana de São Paulo.

João Paulo afirmou que jamais imaginou que esse dinheiro pudesse ter outra origem. O deputado pediu ao relator de seu processo, deputado Cezar Schirmer (PMDB-RS), que agilizasse seu processo para que ele possa ser votado no Conselho o mais rápido possível. "Vivo um momento de angústia e quero ver isso resolvido o quanto antes", disse. O deputado não indicou nenhuma testemunha de defesa. Segundo ele, o objetivo é agilizar seu processo.

No depoimento, João Paulo Cunha apresentou documento assinado por Delúbio Soares, na qual o ex-tesoureiro assume que pôs à disposição no Banco Rural os R$ 50 mil sacados pela esposa do deputado das contas de Marcos Valério. Na declaração, Delúbio afirma que João Paulo não tinha conhecimento da origem do dinheiro. "Se eu soubesse que tivesse qualquer possibilidade de qualquer irregularidade nesse processo eu iria manda a minha esposa? Seria uma estupidez. Pedi para ela ir porque tinha certeza de que era um dinheiro oriundo dos cofres do PT".

João Paulo disse que o dinheiro foi usado para pagar pesquisa de opinião na região de Osasco. Segundo ele, os recursos foram repassados ao responsável pela contratração do trabalho e que não tem responsabilidade sobre isso.

O relator do processo contra João Paulo, deputado Cezar Schirmer (PMDB-RS) questionou as notas fiscais apresentadas pela empresa que fez a pesquisa de opinião. Segundo ele, as três notas apresentam números seqüenciados, ainda que com intervalo de três meses entre a primeira e a última. Na opinião do deputado, ou a empresa só fez esse trabalho de pesquisa durante o período, ou há algo de errado com a documentação.

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