Depois de defender no último final de semana maior integração, inclusive militar, dos países da América do Sul, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, negou nesta terça-feira que a idéia do governo brasileiro seja integrar as Forças Armadas dos vários países da região.
Dirceu disse que suas palavras foram relacionadas à integração que já existe, na defesa de uma América do Sul unida “muito além do Mercosul”. Na avaliação do ministro, os países sul-americanos precisam, além de maior integração econômica, de integração social, cultural e política.
— Tem de pensar num parlamento, em políticas macroeconômicas, pensar em uma moeda única. Temos de pensar grande, como a União Européia. E o Brasil e a Argentina jogam um papel importantíssimo nisso — enfatizou.
O ministro negou que tenha defendido a união das estratégias militares das Forças Armadas do Cone Sul, ou que isso seja um desejo do governo brasileiro. “Isso não existe”, resumiu.
— Nós temos de pensar na integração, que já existe, das Forças Armadas e das polícias para combater o narcotráfico e o crime organizado, e para segurança do nosso continente. Essa é uma discussão. Outra discussão é a discussão da Colômbia, da guerra civil na Colômbia, da paz na Colômbia e da Amazônia. A única coisa que quero deixar bem claro é que eu não falei dos dois assuntos ao mesmo tempo — enfatizou.
Segundo Dirceu, suas palavras foram interpretadas de acordo com “patrocinadores” que quiseram divulgar o que disse à revelia das suas reais intenções. “Se eles querem divulgar e, evidentemente, tirar conclusões a partir de parte do que eu falei, não dá liga”, criticou.
O ministro também garantiu que, quando os países da América do Sul forem colocar em prática a “união” de forças militares para garantir a segurança e combater o narcotráfico na região, “tudo vai ser feito num diálogo, numa discussão dentro das Américas, incluindo os Estados Unidos”.
Dirceu diz que países da América do Sul devem pensar em moeda única
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Publicado terça-feira, 11 de novembro de 2003 as 17:29, por: CdB