Dirceu diz que países da América do Sul devem pensar em moeda única

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado terça-feira, 11 de novembro de 2003 as 17:29, por: CdB

Depois de defender no último final de semana maior integração, inclusive militar, dos países da América do Sul, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, negou nesta terça-feira que a idéia do governo brasileiro seja integrar as Forças Armadas dos vários países da região.

Dirceu disse que suas palavras foram relacionadas à integração que já existe, na defesa de uma América do Sul unida “muito além do Mercosul”. Na avaliação do ministro, os países sul-americanos precisam, além de maior integração econômica, de integração social, cultural e política.

— Tem de pensar num parlamento, em políticas macroeconômicas, pensar em uma moeda única. Temos de pensar grande, como a União Européia. E o Brasil e a Argentina jogam um papel importantíssimo nisso — enfatizou.

O ministro negou que tenha defendido a união das estratégias militares das Forças Armadas do Cone Sul, ou que isso seja um desejo do governo brasileiro. “Isso não existe”, resumiu.

— Nós temos de pensar na integração, que já existe, das Forças Armadas e das polícias para combater o narcotráfico e o crime organizado, e para segurança do nosso continente. Essa é uma discussão. Outra discussão é a discussão da Colômbia, da guerra civil na Colômbia, da paz na Colômbia e da Amazônia. A única coisa que quero deixar bem claro é que eu não falei dos dois assuntos ao mesmo tempo — enfatizou.

Segundo Dirceu, suas palavras foram interpretadas de acordo com “patrocinadores” que quiseram divulgar o que disse à revelia das suas reais intenções. “Se eles querem divulgar e, evidentemente, tirar conclusões a partir de parte do que eu falei, não dá liga”, criticou.

O ministro também garantiu que, quando os países da América do Sul forem colocar em prática a “união” de forças militares para garantir a segurança e combater o narcotráfico na região, “tudo vai ser feito num diálogo, numa discussão dentro das Américas, incluindo os Estados Unidos”.