O presidente dos EUA, George W. Bush, anunciou nesta quinta-feira que o diretor da Agência Central de Inteligência americana (CIA), George Tenet, renunciou ao cargo por “motivos pessoais”.
Bush afirmou que Tenet continuará no posto até meados de julho. Seu vice, John McLaughlin, assumirá então o controle da principal agência de espionagem do país, até que um substituto seja escolhido.
Tenet vivia sob fogo cruzado há meses e sob pressão em torno do fracasso na busca por armas de destruição em massa no Iraque. Dados apresentados pela CIA foram usados para sustentar os argumentos do governo em favor da guerra, e Tenet já foi convocado a se explicar no Congresso.
Recentemente, ele voltou duas vezes à casa para falar do trabalho da CIA antes dos atentados de 11 de setembro e reconheceu falhas que podem ter facilitado os ataques. Tenet dirigiu a CIA por sete anos.
Bush, entretanto, fez questão de elogiar o trabalho de Tenet e afirmou que ” ele foi um líder forte e capaz e sentirei sua falta – disse Bush no jardim da Casa Branca, pouco antes de embarcar no helicóptero presidencial para uma base da Força Aérea e de lá para a Europa. – Envio minhas bênçãos a George e sua família e espero trabalhar com ele até que ele deixe a agência.
Durante seus sete anos na CIA, houve especulações de que Tenet renunciaria ou seria forçado a sair. Mesmo quando parecia estar pendurado por um fio, ele conseguia permanecer no cargo. Muitos dizem que isso se deve à sua lealdade feroz a Bush e ao pessoal da agência
Rumores davam conta de que Tenet, nomeado pelo ex-presidente Bill Clinton, não planejava permanecer no posto no ano que vem, independentemente do resultado das eleições presidenciais de novembro.
O anúncio da demissão foi feito um dia depois de a Casa Branca revelar que Bush havia contactado um advogado para o caso de ser convocado para depor sobre o vazamento, ano passado, do nome de uma agente secreta da CIA, crime federal do qual assessores do governo são suspeitos. Não se sabe se há ligação entre o caso e a demissão de Tenet.