Dívida do PSDB com marqueteiro já passa dos R$ 17 milhões

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Publicado sábado, 26 de dezembro de 2015 as 15:26, por: CdB

O valor original da dívida do PSDB era de R$ 8,7 milhões e chegou a R$ 17 milhões devido a multas, correção monetária, juros de mora e honorários

Por Redação – de São Paulo

Está prestes a completar o segundo aniversário a ação contra o PSDB, aberta pela empresa Campanhas Comunicação Ltda., do jornalista Luiz González, que coordenou as campanhas presidenciais do PSDB em 2006 e 2010. A firma cobra do partido, na Justiça, uma dívida de R$ 17 milhões referente aos serviços prestados em favor de José Serra na disputa pela Prefeitura de São Paulo, em 2012. Uma nova ação foi iniciada em setembro deste ano, depois que o presidente estadual da legenda, Pedro Tobias, decidiu não cumprir um acordo verbal fechado com a gestão anterior, que pagaria a dívida em 25 parcelas.

Aécio Neves sofreu uma queda brusca nas pesquisas
Aécio Neves administrava a dívida com o marqueteiro

O valor original das notas era de R$ 8,7 milhões e chegou a R$ 17 milhões devido a multas, correção monetária, juros de mora e honorários. O dirigente reconhece a dívida, mas alega que a legenda enfrenta uma grave crise financeira. O partido do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso alega que está sem dinheiro até para pagar funcionários e o aluguel de sua sede.
— O problema é que não temos dinheiro para pagá-lo. Estou com o Fundo Partidário cortado até julho do ano que vem. O trocadinho que estamos gastando agora é o que sobrou da campanha do Geraldo (Alckmin) para governador — disse Tobias.

Dívida antiga

O marqueteiro Luiz Gonzalez cobra na Justiça, desde fevereiro de 2012, R$ 8,7 milhões do PSDB por trabalho que diz ter prestado à campanha de Serra à Presidência da República, em 2010. Na época, o partido também reconheceu a dívida, mas disse que prioridade, naquele momento, era a tentativa de eleger o senador Aécio Neves (MG) à Presidência da República. Não deu certo.
Ao perceber que não receberia, amigavelmente, o que os tucanos lhe devem, Gonzalez acionou a 2.ª Vara de Execução de Título Extrajudicial para tentar reaver o valor cobrado dos tucanos há seis anos. Antes de Aécio, o PSDB era presidido pelo deputado Sérgio Guerra (PE), que também não autorizou o pagamento.
Na época, o tesoureiro do PSDB, o deputado Rodrigo de Castro (MG), aliado de Aécio, transferiu a responsabilidade:
– Quem está com esse assunto é o próprio Aécio. É ele que está acompanhando desde o início essa questão. Tem que olhar com ele — transferiu.
Em maio do ano passado, para ter as contas da campanha de Serra aprovadas, o PSDB apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral um documento no qual reconheceu dívidas no valor nominal de R$ 6 milhões – a dívida nominal com Gonzales é de R$ 4 milhões. Corrigida pela Justiça do DF, na época, chegava a R$ 8,7 milhões. A sigla se comprometeu a pagá-las. Esse documento foi usado pela defesa de Gonzalez como prova de que o serviço foi prestado.