Doença ataca criação de aves e pode afetar exportações

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Publicado quinta-feira, 6 de julho de 2006 as 12:39, por: CdB

O Ministério da Agricultura informou, nesta quinta-feira, que o Brasil registrou o primeiro caso da doença de Newcastle em cinco anos. Em comunicado à Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE), a autoridade brasileira apontou que a doença foi encontrada em Vale Real, uma pequena cidade gaúcha de apenas 4.912 habitantes. A existência deste foco da doença poderá representar a suspensão na compra de frango brasileiro por vários países do mundo. O país estava livre da doença desde 2003 e só depois disso o Brasil ultrapassou os Estados Unidos e tornou-se o maior exportador mundial de frango.

Durante meio século, a doença existiu no país de forma endêmica, mas o último caso foi registrado em abril de 2001. O mal ataca o sistema respiratório das aves e, por esse motivo, chega a ser confundida com a gripe aviária. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango (Abef), o país exportou US$ 3,5 bilhões em frango para 150 países em 2005, um crescimento de 35% em relação ao ano anterior.

Em 2006, porém, as exportações de frango já registravam queda devido à gripe aviária, que reduziu o consumo do produto principalmente em países já atingidos pela doença. Segundo o diretor do Departamento de Defesa Animal do Ministério da Agricultura, Jamil Gomes de Souza, suspeitas de um novo foco da doença surgiram no dia 2 de maio, mas só foram confirmadas nesta terça-feira. Exames realizados no Laboratório Nacional Agropecuário de São Paulo confirmaram 17 casos da doença em aves de uma pequena propriedade rural de Vale Real. Os animais seriam usados para consumo próprio.

Ainda segundo o Ministério da Agricultura, já foram sacrificados os animais da propriedade e a área será mantida em quarentena. As autoridades sanitárias também vão controlar o movimento de aves dentro do país. Também foi estabelecida uma zona de vigilância de 10 km de raio ao redor do local onde foi descoberto o foco. Até o momento não foram encontrados sinais clínicos da doença em propriedades vizinhas.