Nos últimos três pregões, o dólar flertou com os R$ 3,22 na mínima do dia, mas não conseguiu sustentar o nível de preços até o fechamento.
Por Redação - de São Paulo
O dólar operava com leves oscilações ante o real nesta terça-feira, sem forças para sustentar uma correção após as recentes quedas em meio à agenda doméstica mais tranquila e volume de negócios mais restrito. Às 14h38, o dólar recuava 0,8%, a R$ R$ 3,236 na venda, depois de acumular queda de quase 2,50% neste início do ano até a véspera. O dólar futuro tinha queda de 0,20%.
— O mercado tem nos R$ 3,23 um ponto de suporte que está difícil ultrapassar. Chega nesses níveis, entra pressão compradora — afirmou o diretor da mesa de câmbio da corretora Multimoney, Durval Correa.
Recuo
Nos últimos três pregões, a moeda norte-americana flertou com os R$ 3,22 na mínima do dia, mas não conseguiu sustentar o nível de preços até o fechamento. Como em janeiro o volume de negócios está mais enxuto, acaba favorecendo inversões mais rápidas na trajetória do dólar, com poucas operações interferindo na tendência.
— Assim que o mercado fica mais ofertado (de dólar), os preços começam a cair de novo — acrescentou Correa, ao lembrar que o ingresso de recursos na Bolsa de Valores têm contribuído para o recuo do dólar ante o real.
Como pano de fundo, os investidores seguiam monitorando o noticiário sobre a reforma da Previdência, um dia depois que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reforçou que a matéria é prioridade para o governo. No exterior, o dólar operava com pequena alta ante uma cesta de moedas e também divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
Índice Bovespa
O principal índice acionário da B3 ensaiava um ajuste nesta terça-feira; após 11 pregões seguidos de ganhos e renovação de recordes. Mas o movimento era contido pelo ingresso de recursos diante do otimismo externo e com o cenário local. Às 11h51, o Ibovespa caía 0,28%, a 79.158 pontos. O giro financeiro era de R$ 1,63 bilhão.
A proximidade do índice de referência da bolsa paulista dos 80 mil pontos abre espaço para ajustes; mas com o movimento limitado devido à manutenção do forte fluxo de investidores para a bolsa. Apenas nos três primeiros pregões do ano; saldo externo na bolsa teve entrada líquida de R$ 1,59 bilhão.
“As bolsas realizam lucros de curto prazo no intraday; absorvidos pelos recursos que estão ingressando. E, em seguida, voltam a subir. O motivo segue sendo o reposicionamento de carteiras com assunção de maior volume de risco; tendo como pano de fundo a recuperação econômica global”. O texto é do economista-chefe da corretora Modalmais, Alvaro Bandeira.
Black Friday
Localmente, o noticiário econômico também segue favorável, o que ajuda a manter o otimismo no mercado acionário local.
Os dados de vendas no varejo em novembro no Brasil mostraram alta superior à espera em novembro; e o melhor resultado para o mês em seis anos, com o impulso da Black Friday e das festas de fim de ano. Em novembro, as vendas subiram apenas 0,7% ante o mês anterior; mas acima da estimativa em pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters, de alta de 0,2%.