Dólar fecha em baixa pelo 3º dia consecutivo

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Publicado sexta-feira, 31 de janeiro de 2003 as 23:35, por: CdB

Os fluxos financeiro e comercial positivos e a persistente atuação de um grande banco norte-americano se desfazendo de posições em dólares provocaram expressivo aumento da oferta de moeda e do volume negociado no mercado à vista. O dólar comercial fechou em baixa pelo terceiro dia consecutivo, de 1,18%, a R$ 3,518 – menor cotação desde o último dia 22 (a R$ 3,515). Em janeiro e no ano, até o momento, o “pronto” acumula queda de 0,62% frente o real. O giro financeiro no D+2 à vista cresceu 60,30%, para US$ 1,587 bilhão.

Justificaram as decisões de vendas, segundo players, o aparente adiamento do início da guerra no Iraque para meados de fevereiro, a possibilidade de a Receita Federal vir a conceder anistia fiscal para o repatriamento de recursos de brasileiros no exterior estimados em US$ 30 bilhões e a elevação pelo banco de investimentos Morgan Stanley Dean Witter da recomendação para os títulos da dívida do Brasil de marketweight para overweight.

A moeda americana operou em baixa o dia todo. Na mínima à tarde, o dólar comercial caiu até 2,02%, para R$ 3,488. Na máxima, pela manhã, o “pronto” foi vendido a R$ 3,545, queda de 0,42%. A oscilação no dia foi de 1,63%. Na BM&F, todos os contratos futuros também voltaram a projetar quedas de preços. O giro financeiro com esses contratos totalizou US$ 4,86 bilhões (97.404 negócios).

A Bolsa paulista foi contagiada pela queda do dólar e pela alta do índice Dow Jones em Nova York (+1,41% às 18 horas). O Ibovespa chegou a romper momentaneamente a resistência dos 11 mil pontos, mas fechou em 10.941 pontos, em alta de 1,78%; o volume financeiro somou R$ 423 milhões. O índice encerra janeiro, contudo, com queda acumulada de 2,90%.

“Não houve mercado hoje.” A frase – um clássico dos dias de pouca liquidez – foi repetida nesta sexta-feira em várias mesas de operação do mercado de juros. Na BM&F, o número de contratos negociados no DI futuro caiu à metade em relação a ontem. Às 17h30, a bolsa contabilizava 101.860 contratos negociados no total, ante 212.648 da véspera. O DI-julho, o mais líquido, teve 60.870 negócios, ante 144.110 da quinta-feira. Ao meio-dia, este DI somava apenas cerca de 10 mil contratos negociados

Como na véspera, os juros dos contratos de prazos mais curtos tenderam à estabilidade, enquanto os de prazos mais longos subiram um pouco. Mas a pouca liquidez não permite dizer que um determinado fator ou notícia teve maior influência do que outro no rumo dos negócios hoje.