Dólar registra recuo ante o real e Ibovespa ensaia melhora

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Publicado Terça, 27 de Agosto de 2019 às 08:34, por: CdB

Na véspera, o dólar fechou com valorização de 0,37%, a R$ 4,1396 na venda, maior nível para um término de sessão desde 18 de setembro de 2018.

Por Redação, com Reuters - de São Paulo O dólar passou a se desvalorizar contra o real nesta terça-feira, em dia marcado por volatilidade nos mercados de câmbio, com agentes financeiros ainda de olho nas movimentações envolvendo a guerra comercial entre Estados Unidos e China, em função de seus impactos sobre a economia global.
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Na véspera, o dólar fechou com valorização de 0,37%, a R$ 4,1396 na venda, maior nível para um término de sessão desde 18 de setembro de 2018
Às 10:50, o dólar recuava 0,11%, a R$ 4,1350 na venda. Na véspera, o dólar fechou com valorização de 0,37%, a R$ 4,1396 na venda, maior nível para um término de sessão desde 18 de setembro de 2018 (R$ 4,1422 na venda), com o mercado ansioso acerca de ofertas de liquidez no plano doméstico, tendo como pano de fundo um ambiente de incerteza comercial no exterior. Neste pregão, o dólar futuro tinha queda de 0,54%. Para o estrategista de renda-fixa da Coinvalores Corretora Paulo Celso Nepomuceno, o mercado está ajustando suas posições em relação à forte valorização do dólar no dia anterior, já que a falta de novidades sobre as relações comerciais entre EUA e China abre espaço para um reposicionamento. - As notícias chegaram muito rapidamente na segunda-feira e o mercado reagiu de maneira exagerada. O cenário externo está ruim para todo mundo, mas agora — e como sempre — a gente fica à mercê das publicações do (presidente dos Estados Unidos, Donald) Trump no Twitter, que podem no minuto seguinte mudar todo o contexto - disse. As opiniões sobre o clima em torno das negociações comerciais eram mistas, com alguns demonstrando expectativas de uma resolução iminente, e outros reticentes depois que uma autoridade chinesa disse que não soube de nenhum telefonema entre os dois lados. Contra uma cesta de moedas, o dólar tinha queda de 0,13%, a 97,954. A moeda norte-americana também passou a se desvalorizar contra a lira turca e o rand sul-africano, demonstrando um aumento no apetite por moedas emergentes. Enquanto isso, na cena doméstica, permanecia no radar as questões políticas envolvendo os ruídos sobre a falta de controle do governo do desmatamento na Floresta Amazônica, com o presidente Jair Bolsonaro se reunindo nesta terça-feira com governadores da Amazônia Legal e outros membros do governo. O BC vendeu todos os US$ 550 milhões em moeda física nesta sexta-feira e negociou ainda todos os 11 mil contratos de swap cambial reverso ofertados — nos quais assume posição comprada em dólar. Ibovespa O Ibovespa avançava mais de 1% nesta terça-feira, ensaiando uma melhora após três pregões de queda, tendo de pano de fundo um viés positivo em praças financeiras no exterior, embora ruídos domésticos e mesmo sinais contraditórios na cena internacional continuem adicionando volatilidade aos negócios. Às 11:01, o Ibovespa subia 1,33 %, a 97.713,3 pontos. O volume financeiro era de R$ 2,9 bilhões. Nos últimos três pregões, o Ibovespa acumulou queda de 4,7%. No exterior, Wall Street tinha uma sessão positiva, assim como o dólar recuava em relação a uma cesta de moedas, conforme permanecem as expectativas relacionadas a um desfecho nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China, apesar de sinais contraditórios de ambos os lados. Estrategistas da XP Investimentos observam que os mercados estão voláteis seguindo desenvolvimentos comerciais entre EUA e China, enquanto, na cena doméstica, observaram piora no ambiente político, o que não acreditam que possa atrapalhar a agenda de reforma, mas tende a adicionar ruído. Entre os vetores para tal piora local, agentes de mercado citaram principalmente relatório da Polícia Federal a partir da delação de executivos da Odebrecht dizendo que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia(DEM-RJ), cometeu corrupção, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Em nota, Maia reafirmou que todas as doações recebidas em suas campanhas eleitorais “foram solicitadas dentro da legislação, contabilizadas e declaradas à Justiça”. Investidores também monitoram a repercussão global dos incêndios na Amazônia, em um momento no qual os agentes estrangeiros seguem na defensiva na bolsa paulista, com o saldo de capital externo no mês negativo em quase 11 bilhões de reais, conforme números até o dia 22. Para o analista Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, o risco político e a volatilidade dos mercados internacionais devem seguir ditando o ritmo da bolsa brasileira nesta terça-feira.
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