Há duas décadas, o Correio do Brasil sempre e cada vez mais Humanista

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Publicado Quarta, 29 de Janeiro de 2020 às 10:16, por: CdB

É esta sensibilidade do Correio do Brasil para a relevância dos fatos que garante o direito à informação aos leitores, um número cada vez maior de pessoas que tenta se desprender das amarras de uma teia global de rádios, jornais, revistas e, mais do que nunca, blogs e sites estabelecidos para avalizar o sistema de injustiças e opressão em que vivemos.

 
Por Gilberto de Souza - do Rio de Janeiro
  Acredito, piamente, no poder da Comunicação Social. Não fosse este credo, não estaria à frente do Correio do Brasil, há 20 anos. Por acreditar, da mesma forma, no bom Jornalismo – este que praticamos aqui, com ética e respeito aos fatos, vistos sempre de diferentes ângulos – sempre soube do grau de dificuldade que seria praticá-lo, em um país ainda subdesenvolvido política e economicamente.
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Cada uma das mais de 7,2 mil edições publicadas é comemorada como a vitória sobre os nazistas na Batalha de Stalingrado
Fugir à luta, no entanto, nunca foi o perfil deste editor que vos escreve ou de qualquer dos jornalistas que atuam no CdB. Trata-se de uma condição sine qua non para integrar a equipe. Gostem ou não, o vespertino está aqui, tão certo quanto o sol se põe, com as notícias mais relevantes ocorridas durante o dia, no país e no exterior. O nível de relevância, no entanto, é medido entre a realidade, a dura realidade dos acontecimentos, e os fatos que incomodam os protagonistas do poder estabelecido pela ganância, o egoísmo e a tirania do lucro sobre as necessidades humanas. É esta sensibilidade do jornal para a relevância dos fatos que garante o pleno direito à informação aos leitores, um número cada vez maior de pessoas que tenta se desprender das amarras de uma teia global de rádios, jornais, revistas e, mais do que nunca, blogs e sites estabelecidos para avalizar o sistema de injustiças e opressão ao qual somos, todo nós, submetidos. Não fosse a existência do CdB e mais algumas, poucas, publicações independentes, e a obscuridade já teria dominado a vida dos brasileiros.

Novos parâmetros

O jornal sobrevive, todo esse tempo, em meio ao cerco implacável do mercado editorial, dominado pelas grandes corporações; no drible cotidiano às antas bem alimentadas pela ração de fascismo e ódio da ultradireita; na resistência de décadas às armadilhas estrategicamente deixadas para os bobos da esquerda namastê por bilionárias fundações capitalistas. Ninguém disse que seria fácil. A defesa do patrimônio público e dos cidadãos contra os ataques simultâneos de nações e conglomerados empresariais, estes que visam apenas tornar vassalos os interesses mais legítimos de uma nação, é o que vale cada letra impressa no CdB. E isso incomoda muito. A muitos. Caso não existisse o Correio do Brasil, a presidenta deposta Dilma Rousseff (PT) ainda estaria às voltas, em sua primeira campanha, com a ampla divulgação de que seria favorável ao aborto, quando a mulher de seu principal concorrente, o hoje senador José Serra (PSDB-SP), se viu em situação de não seguir adiante com uma gravidez e uma de suas alunas questionou tamanha hipocrisia. Depois de publicada a matéria no CdB, o assunto voltou a ser discutido em parâmetros mais civilizados, longe da visão histérica que ganhava as manchetes dos veículos de comunicação solícitos ao capital.

Humanismo

Nem precisamos lembrar das ameaças e do ambiente tenso, na Redação, logo após publicarmos o plano do governo golpista de Michel Temer: privatizar o Aquífero Guarani às transnacionais dos alimentos, entre elas incluídas a Nestlé e a Coca-Cola, para a exploração indiscriminada, no futuro, quando a água será a commodity mais preciosa do planeta. O jornal foi acusado por organizações da mídia subserviente de divulgar notícia falsa; sofreu a retaliação das grandes agências de publicidade e, em outros tempos, correria o risco de ter a sede invadida e destruída por jagunços. Este é o preço que paga qualquer diário que pratique o Jornalismo verdadeiramente independente. Trata-se do risco inerente, em uma sociedade ainda dominada por uma concentração absurda de riqueza, na qual 99% têm nada e 1% detêm todo o poder. Desde o início, sabíamos que se tratava de uma guerra não convencional e cada dia, cada edição publicada, seria uma vitória comparável à queda dos nazistas na Batalha de Stalingrado, quando a coragem e a determinação dos heróis soviéticos definiram os rumos da Humanidade. Nestes 20 anos e mais de 7,2 mil edições, escrevo para agradecer o apoio valioso de nossos assinantes, com o pedido que renovem sempre suas assinaturas e ofereçam algumas de presente aos seus melhores amigos. Lembro também, aos incautos, que continuaremos cumprindo com o nosso dever e profissão de fé, que é nos manter dispostos e conscientes, dia após dia, nas batalhas que lutamos para formar uma sociedade mais solidária e humana. Gilberto de Souza é jornalista, editor-chefe do Correio do Brasil.
Edição digital

 

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