O Estado não faz a sua parte, pois há mais de 2 milhões de crianças e adolescentes em idade escolar fora da escola. Na pandemia, a situação se agravou e mais de 5 milhões de crianças não tiveram como estudar porque os governantes não ofereceram condições para isso.
Por Francisca Rocha - de São Paulo
No Dia das Crianças, é fundamental refletirmos que futuro queremos legar para as novas gerações. Precisamos pensar muito bem no que estamos fazendo com as nossas crianças. A pandemia desnudou a perversidade de uma sociedade que não propicia condições boas de vida para essa importante parcela da população, que pode garantir o nosso futuro.As famílias
Em grande parte, isso acontece porque as famílias estão desamparadas com as políticas do desgoverno Bolsonaro e o aprofundamento da crise. De outra parte, porque o individualismo e o egoísmo tomaram conta da sociedade. É fácil culpar a pandemia, mas isso já vinha acontecendo. O presidente e diversos governadores privilegiam a transferência de recursos para organizações sociais e com isso tiram a possibilidade das crianças mais pobres terem escola. Saúde nem se fala, agem para privatizar tudo e se não fosse a pandemia, provavelmente nem o SUS teríamos mais. A mortalidade infantil voltou a crescer depois de anos em declínio. As mães estão desassistidas. Faltam creches, falta trabalho decente e falta rendimento que propicie vida digna, falta alimento. Triste, muito triste. Por isso, neste 12 de outubro, Dia das Crianças, reflita se não já não passa da hora de darmos o que nossas crianças merecem. Casa, comida, roupa limpa, escola, médico, dentista e espaço adequado para brincar e se desenvolver plenamente com liberdade e dignidade. Uma vida feliz, em segurança.Francisca Rocha, é secretária de Assuntos Educacionais e Culturais do Sindicato dos Professores de Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), secretária de Saúde da Confederação Nacionaldo Trabalhadores na Educação (CNTE) e dirigente da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB-SP).
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