Economistas dos bancos preferem que Trump aceite logo a derrota

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Publicado Sexta, 06 de Novembro de 2020 às 16:24, por: CdB

No caso brasileiro, no entanto, o cenário somente passará a receber mais recursos se, na opinião dos gestores, se houver a aprovação de um novo pacote de estímulo e realizar as reformas em curso, no Congresso. Maior gestora do mundo, a BlackRock recomendou nesta semana a retomada nas aplicações em bolsas de países emergentes.

Por Redação - de São Paulo
Conselheiros e economistas dos principais bancos brasileiros, em relatórios distribuídos aos acionistas, nas últimas horas, dizem que se Donald Trump aceitar a derrota, o quanto antes, será mais positivo para o Brasil. Os países emergentes, a partir da definição das eleições norte-americanas, dizem, tornam-se uma oportunidade mais atraente aos investidores.
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Candidato democrata prestes a ser declarado presidente dos EUA, Joe Biden conta com a simpatia do mercado financeiro
No caso brasileiro, no entanto, o cenário somente passará a receber mais recursos se, na opinião dos gestores, se houver a aprovação de um novo pacote de estímulo e realizar as reformas em curso, no Congresso. Maior gestora do mundo, a BlackRock recomendou nesta semana aplicações nas bolsas de países emergentes porque devem crescer acima da média mundial, com essa perspectiva. A instituição administra cerca de US$ 2,6 trilhões em ativos, mais do que o PIB da África inteira.

Pandemia

O banco norte-americano Goldman Sachs, por sua vez, avalia que a presidência de Biden provavelmente fará uso de uma abordagem mais multilateral ao comércio exterior e o Brasil, como país emergente, tende a se beneficiar. O risco sublinhado pelos economistas, no entanto, é de o fôlego ser de curto prazo se governo brasileiro não afastar o risco fiscal e as propostas de reforma não ganharem tração nas duas Casas Legislativas. Segundo Lucas Aragão, sócio da Arko, uma das maiores empresas de análise política do país, em relatório a que teve acesso o diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo (OESP), reforça que nos vários relatórios distribuídos nos últimos dois dias, os países emergentes saem beneficiados. A perspectiva positiva tende a se consolidar, segundo Aragão, se houver a rápida aprovação de um pacote de estímulo. Medidas de apoio à economia poderão injetar, segundo afirmou, mais recursos aos setores penalizados com a pandemia do novo coronavírus. Caso ocorra o apoio à iniciativa privada, o apetite por risco tende a aumentar. — Com liquidez, as pessoas começam a olhar ativos não tradicionais. O Brasil é um ativo não tradicional — acrescentou.

Estímulo

De acordo com a entrevista de Aragão, o Brasil poderá surfar na onda de investimentos em áreas de energia renovável e preservação ambiental, agenda de interesse do provável presidente norte-americano Joe Biden. Nesse ponto, o país observa alguma vantagem, uma vez que detém uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. Com uma política externa norte-americana mais civilizada e distante dos rompantes explosivos e ancorados em redes sociais, portanto, mais previsível e menos explosiva, os grandes investidores tendem a encontrar um ambiente de maior previsibilidade. — O pacote de estímulo, sendo aprovado, gera um cenário de oportunidades, mas esse cenário só se concretiza se o Brasil enfrentar as suas crises de conteúdo local, com a previsibilidade fiscal e política — conclui.
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