O Ministério Público (MP) do Estado do Rio de Janeiro denunciou nesta quarta-feira o presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), Eduardo Augusto Viana da Silva; o vice-presidente da Ferj, Francisco José Soares Aguiar e o diretor da Ferj Paulo Roberto Petrolongo Silva, conhecido como Fio. Se condenados, os três, que são acusados pelos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, fraude processual e estelionato, podem pegar até 20 anos de prisão.
De acordo com o MP, uma perícia criminal realizada pelo órgão, em conjunto com a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas e de Inquéritos Especiais (Draco) demonstrou que, entre março e setembro de 2003, os dirigentes foram responsáveis pelo desvio de mais de R$ 866 mil sobre a receita da venda de ingressos para jogos no Maracanã.
Durante a investigação, foi quebrado o sigilo bancário de Flamengo, Vasco, Ferj e da COOPEB (cooperativa que recebe as verbas destinadas ao pagamento dos prestadores de serviços do Maracanã). Ao todo, foram tomados 40 depoimentos, realizados sete laudos periciais e contábeis e apreendidas 24 caixas de documentos.
Também foram denunciados o coordenador dos trabalhadores que compõem o quadro móvel da Ferj, Gilberto Rangel Lima Júnior; o contador Jobel Mendes Braga, responsável pela confecção fraudulenta dos boletins financeiros da Ferj e o funcionário da Ferj Carlos César Martins dos Santos, responsável pelo fluxo dos bilhetes de ingresso postos à venda.
Segundo a denúncia, as investigações comprovaram que o sistema informatizado de contagem de público registrava um número menor de pessoas no Maracanã do que o real e o desvio de dinheiro era acobertado no momento da confecção do boletim financeiro.
Ainda de acordo com o MP, os denunciados também movimentavam em benefício próprio parte da verba que deveria ser destinada ao pagamento dos trabalhadores do quadro móvel da Ferj, o que era dissimulado através da COOPEB.