Funcionários palestinos anunciaram neste domingo que o Egito não enviará especialistas em segurança para Gaza antes de qualquer retirada israelense, a não ser que todas as facções palestinas aceitem o envolvimento do Cairo, além de uma trégua.
O Egito ofereceu-se para ajudar a treinar e reformar as forças de segurança, a fim de preencher o vácuo em Gaza quando Israel remover as colônias e soldados judaicos das terras ocupadas, de modo que os militantes islâmicos não possam operar sem controle.
Mas os funcionários palestinos disseram que o Egito estava profundamente preocupado com a oposição ao papel proposto para o país, de parte das facções palestinas, e de diversos líderes de organizações de segurança que temem perder seus empregos.
– Eles querem garantir que seu trabalho seja bem recebido pelos palestinos, ou abandonarão o esforço – disse um funcionário.
O ministro do Exterior palestino Nabil Shaath disse que o Egito não enviaria especialistas a Gaza a não ser que Israel e todas as facções palestinas aceitassem um cessar-fogo.
– Eles (os egípcios) não querem perder prestígio (caso haja violência) e não querem um fracasso. Também não querem se sentir como uma potência externa interferindo nos negócios alheios – disse o ministro.
O presidente egípcio Hosni Mubarak disse que o Egito vem tentando garantir que seu pessoal de treinamento fique protegido. As facções palestinas, que exigem reciprocidade de Israel, reuniram-se com o primeiro-ministro palestino Ahmed Qurie na semana passada para discutir o pedido de cessar-fogo, e disseram que as negociações continuarão.
O gabinete do primeiro-ministro israelense Ariel Sharon aprovou em princípio, em 6 de junho, seu plano de retirar as 21 colônias judaicas de Gaza, e quatro dos 120 assentamentos que Israel construiu na Cisjordânia.
Os ministros israelenses votarão dentro de nove meses quanto a começar ou não a retirada.
A Autoridade Palestina recebeu com agrado qualquer retirada palestina dos territórios ocupados, mas está preocupada com a possibilidade de que um recuo em Gaza sirva para esconder tentativas de anexar terras ocupadas na Cisjordânia