Os candidatos à sucessão nos 223 municípios paraibanos, se eleitos, vão herdar, além de prefeituras em geral quebradas e com orçamentos apertados, um poço de problemas sociais e de infra-estrutura. E não é para menos. As cidades, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estão maiores e a população mais empobrecida, devido aos reflexos da desaceleração econômica que atingiu o País nos últimos anos.
A população paraibana, segundo o instituto de pesquisa, nos últimos 50 anos deixou de ser eminentemente rural e, atualmente, das 3,5 mil pessoas residentes no Estado, 71,06% moram na zona urbana. Isso, na prática, significa municípios inchados e com infra-estrutura deficitária. Só para se ter uma idéia, em 2002, só pouco mais de 36% dos domicílios paraibanos possuíam saneamento básico adequado.
E se depender do interesse de boa parte dos atuais prefeitos para mudar isso, a situação vai ser a mesma por muito tempo. O IBGE revelou que 136 das 223 prefeituras paraibanas não possuem plano de governo (o equivalente a 60%). Apenas uma cidade possui lei orgânica e 59 municípios mantêm instituto ou fundo municipal de previdência.
Sobre a possibilidade de mudanças na forma dos prefeitos dirigirem os municípios, a professora de Sociologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Patrícia Goldfarb, diz que, historicamente, as mudanças para melhor são muito poucas. “Infelizmente, essas mudanças vêm com o amadurecimento político e isso, na maioria dos pequenos municípios paraibanos, não existe”, criticou.