Emprego industrial cresce no país

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Publicado terça-feira, 18 de novembro de 2003 as 10:36, por: CdB

Pelo segundo mês consecutivo, o número de contratações no setor industrial supera o de demissões, na comparação entre a taxa do mês e o mesmo período anterior, na série livre de influências sazonais. Setembro mostrou uma expansão de 0,8% nos postos de trabalho, após um crescimento de 0,1% observado em agosto, segundo pesquisa do IBGE. Os números de setembro, que sinalizam uma reação no emprego industrial, são insuficientes, no entanto, para reverter o quadro negativo apresentado nos resultados para períodos mais longos. Assim, no confronto com setembro de 2002, o índice ainda é negativo (-1%), bem como no acumulado no ano (-0,4%) , e no acumulado dos últimos 12 meses (- 0,3%).

A indústria brasileira reduziu, pela segunda vez consecutiva, o valor real da folha de pagamento dos trabalhadores: entre agosto e setembro houve redução de 0,6%, já descontadas as influências sazonais. Este movimento de recuo é confirmado no índice de média móvel trimestral, que mostra perda de 0,5% no valor real da folha de pagamentos entre os trimestres encerrados em agosto e setembro deste ano.

Nos demais indicadores, a folha de pagamento da indústria brasileira permanece mostrando perda real: -4,8% em relação a setembro de 2002, -5,9% no acumulado do ano e -5,1% nos últimos 12 meses.

São Paulo, Rio e Nordeste têm as maiores quedas no emprego

O indicador acumulado no ano (-0,4%) confirma a trajetória descendente, uma vez que ao final do primeiro semestre apresentava taxa de -0,1%. Em setembro, há um predomínio de taxas negativas que atingem nove locais pesquisados. São Paulo (-0,9%) permanece como destaque, dividindo, com região Nordeste (-2,1%) e Rio de Janeiro (-3,8%), os principais impactos negativos na queda do emprego. Em contraposição, a região Norte e Centro-Oeste, com aumento de 4,7%, apresenta a melhor performance, seguida da região Sul (1,2%), positivamente influenciada por Santa Catarina e Paraná, ambos com taxa de 2,7%.

Na análise trimestral observa-se um ligeiro aumento no número de dispensas, na passagem do segundo trimestre (-0,8%) para o terceiro (-1,0%). Especificamente no que se refere ao terceiro trimestre deste ano, as indústrias que reduzem mais intensamente a mão-de-obra são as do Espírito Santo (-8,1%), Ceará (-6,3%) e Rio de Janeiro (-4,6%). Já os aumentos mais expressivos no emprego ocorreram na região Norte e Centro-Oeste (4,0%), no Paraná (2,7%) e em Santa Catarina (1,6%).

Em relação a setembro do ano passado, o contingente de trabalhadores se reduz a uma taxa de 1%, sendo esse o sexto resultado negativo consecutivo. Em dez locais e em dez ramos industriais houve perda de postos de trabalho, nessa comparação. Setorialmente, por ordem de influência, os ramos que participaram com os maiores impactos negativos na média nacional foram: vestuário (-7,0%), minerais não metálicos (-7,6%), têxtil (-5,9%) e calçados e couro (-5,2%).

Indústria amplia a jornada de trabalho

Em setembro, o indicador do número total de horas pagas na indústria assinalou uma expansão de 1,9% em relação ao mês anterior, na série livre de influências sazonais, interrompendo assim, o quadro de redução que vinha se efetivando nos últimos quatro meses. Essa taxa é a mais elevada neste tipo de comparação desde abril de 2001. Entretanto, nas comparações para períodos mais longos, os índices permanecem negativos. O cotejo com setembro de 2002 exibiu recuo de 0,9%, mantendo-se, também, em situação de redução a comparação com o terceiro trimestre de 2002 (-1,2%), o acumulado no ano (-0,8%) e o acumulado nos últimos 12 meses (-0,6%).

O número de horas pagas caiu 0,9% em relação a setembro de 2002, a sétima queda consecutiva, com 11 dos 14 locais pesquisados mostrando redução neste indicador. Por setor industrial, ainda no indicador mensal, as pressões negativas mais relevantes na diminuição das horas pagas vieram de vestuário (-7,2%), têxtil (-6,9%), calçados e couro (-6,1%) e minerais não-metálicos (-6,4%). Inversamente, a m