O Departamento de Estado norte-americano escolheu a Bechtel Corp. como a principal empreiteira encarregada de reconstruir a infra-estrutura do Iraque, fechando um contrato que pode girar em torno de US$ 680 milhões.
Companhia privada com sede em San Francisco, na Califórnia, a Bechtel tem o ex-secretário de Estado norte-americano George Schultz entre seus diretores.
A companhia figurou entre os doadores da campanha republicana nas últimas eleições norte-americanas, em 2000. Recentemente, seu CEO, Riley P. Bechtel, foi nomeado para o Conselho de Exportação, um órgão federal de aconselhamento sobre comércio internacional.
Segundo anúncio do governo, caberá à Bechtel o trabalho inicial de reconstruir “elementos vitais da infra-estrutura” iraquiana, como aeroportos, hospitais, escolas, prédios do governo, estações de energia elétrica e sistemas de água e esgoto.
“A restauração da infra-estrutura do país é uma prioridade dentro dos esforços do governo norte-americano para fortalecer a economia do Iraque e assegurar o fornecimento de serviços públicos essenciais à população”, declarou a Agência para Desenvolvimento Internacional (USAID), o órgão do Departamento de Estado à frente das primeiras etapas de reconstrução do país do Golfo Pérsico.
A primeira fase das obras foi avaliada em US$ 34,6 milhões, embora o contrato determine a concessão de um financiamento de US$ 680 milhões para os próximos 18 meses.
O presidente da companhia, Tom Hash, disse, por meio de um comunicado, que a “Bechtel sente-se honrada por ter sido convocada pela USAID para levar assistência humanitária, recuperação econômica e a reconstrução da infra-estrutura ao povo iraquiano”.
A USAID informou que a Bechtel usará, em parte, mão-de-obra terceirizada para cumprir o contrato. Isso significa “envolver a população iraquiana”, segundo a agência.
No final da década passada, quando concedeu contratos para a revitalização da província sérvia do Kosovo, a USAID também exigiu que as companhias norte-americanas empregassem trabalhadores locais.
Entretanto, ainda não está claro como as companhias e os cidadãos iraquianos serão envolvidos no processo de reconstrução de seu país.
A Halliburton, companhia da qual o vice-presidente norte-americano, Dick Cheney, foi diretor até se afastar para disputar as eleições na chapa de George W. Bush, já ganhou um contrato, avaliado em US$ 7 bilhões, para fazer serviços de emergência na infra-estrutura petrolífera do Iraque.