A empresa Match, que tinha direitos exclusivos para a venda de pacotes de hospitalidade (que incluíam ingressos e serviços VIP) para a Copa do Mundo 2014, divulgou nova nota nesta terça-feira informando que não houve irregularidades na venda desses tíquetes. A empresa voltou a defender seu diretor Raymond Whelan, preso na Operação Jules Rimet, dizendo que ele não cometeu nenhum crime.
A Operação Jules Rimet investigou um esquema de venda ilegal de ingressos para a Copa e identificou 12 suspeitos, entre eles Whelan e o franco-argelino Lamine Fofana. Onze deles tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça do Rio de Janeiro.
Segundo a nota divulgada pela Match, a empresa, que vende ingressos para empresas e pessoas físicas, não os revende por preço acima do permitido e nem autoriza seus clientes a fazê-lo. Para a Match, a inocência de Raymond Whelan será comprovada “em breve pelas autoridades brasileiras”.
– Estamos confiantes de que as investigações realizadas pelas autoridades brasileiras darão transparência aos fatos e deixarão claro a lisura do trabalho da Match e de sua equipe; a Match tem certeza de que os órgãos de investigação e as autoridades judiciárias envidarão todos os esforços para exonerar o sr. Whelan de qualquer responsabilidade na movimentação irregular de ingressos. Nós afirmamos que o sr. Whelan jamais facilitou ou participou de qualquer ato ilegal que eventualmente tenha sido cometido por pessoas ou grupos investigados – informa a nota.
Executivo suspeito
O diretor da empresa Match, Raymond Whelan, se apresentou na tarde desta segunda-feira à 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O executivo era considerado foragido da Justiça e foi levado para a Polícia Interestadual e de Capturas (Polinter). Whelan ainda passou por um exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal.
O britânico é acusado de participar de um esquema de venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo. A Match é uma empresa autorizada pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) a comercializar os bilhetes.
No último dia 10 de julho, a Justiça do Rio acatou o pedido de denúncia do Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro e decretou a prisão de 11 acusados no esquema de venda ilegal de ingressos, entre eles Whelan. A polícia fez buscas para prender o diretor, que não foi encontrado e passou a ser considerado foragido. Policiais da 18ª Delegacia de Polícia foram ao hotel Copacabana Palace, mas não encontraram Whelan.
De acordo com o Ministério Público, os acusados vão responder por organização criminosa, cambismo, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.