Centenas de pessoas continuam desaparecidas depois de uma enchente recorde ter atingido a região central da Argentina na semana passada, elevando os temores de que o número de mortos possa passar de 22, informaram autoridades nesta quinta-feira.
Cerca de 70 mil pessoas continuam desabrigadas na Província de Santa Fé depois de o rio Salado ter transbordado, inundando grandes porções de terra. Muitos moradores estão morando em barracas montadas no telhado de suas casas.
Canoas transformaram-se no meio de transporte pelas ruas da região, cortando águas barrentas que passam de 1 metro de altura em algumas áreas.
– O número oficial de mortos é 22. Ainda há 800 desaparecidos, mas eles podem estar a salvo em algum lugar – disse o porta-voz do Departamento de Saúde de Santa Fé, Pedro Notaro.
Funcionários de um sindicato local que ajudam nas operações de busca disseram que o número oficial de mortos é muito baixo e não corresponde com a realidade.
– Nós não sabemos o que vamos encontrar nas casas quando as águas baixarem -, disse Jorge Hoffmann, secretário-geral da Associação dos Trabalhadores do Estado em Santa Fé.
– As águas da enchente estavam correndo muito rápido e podem ter carregados cadáveres. Há centenas de pessoas ainda desaparecidas e o número de mortos não reflete a magnitude desta catástrofe. (O número de mortos) Será muito maior – completou.
Segundo médicos, 17 pessoas foram hospitalizadas com hepatite na região, declarada zona de desastre pelo presidente Eduardo Duhalde.
O rio Salado transbordou após 140 centímetros de chuva durante dois dias na semana passada, inundando cidades na província produtora de soja. A média de chuva na região é de 80 centímetros por ano.
A enchente atingiu boa parte da área em torno da capital da província, Santa Fé, a 480 quilômetros a noroeste de Buenos Aires.