Endurecimento da guerra na Ucrânia derruba mercados financeiros

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Publicado Terça, 05 de Abril de 2022 às 13:53, por: CdB

A possibilidade cada vez mais concreta de um conflito prolongado cria expectativas sobre a escassez da oferta de insumos para a produção de energia, agravando a inflação global. Essa não é a única ameaça imediata à economia. O estreitamento de gargalos logísticos provocado pela guerra já cria preocupações sobre a oferta de grãos.

Por Redação, com Reuters - de São Paulo
Preocupações com o agravamento do conflito na Ucrânia, após a revelação de centenas de corpos de civis levantar suspeitas sobre crimes de guerra cometidos pela Rússia, empurravam os principais mercados mundiais para uma zona negativa nesta terça-feira (5).
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A Deutsche Borse, em Frankfurt, sofre o desgaste imediato de sanções dos EUA
A possibilidade cada vez mais concreta de um conflito prolongado cria expectativas sobre a escassez da oferta de insumos para a produção de energia, agravando a inflação global. Essa não é a única ameaça imediata à economia. O estreitamento de gargalos logísticos provocado pela guerra já cria preocupações sobre a oferta de grãos, colocando em risco até mesmo a segurança alimentar, conforme reportou a agência Bloomberg. Às 11h50, o dólar subia 1,19%, a R$ 4,6640. A alta interrompia uma sequência de quatro altas diárias. Já a Bolsa de Valores brasileira tinha os negócios em queda. Pelo segundo dia no vermelho, o índice de referência Ibovespa caía 0,77%, a 120.334 pontos.

Aceleração

Dólar em alta e Bolsa em queda costumam indicar que investidores estão evitando aplicações de risco, como é o caso do mercado de ações, e preferindo ativos considerados mais seguros. Papéis ligados ao dólar, principalmente os títulos do Tesouro dos Estados Unidos, costumam ser os preferidos em momentos de preocupação. Os mercados de ações dos Estados Unidos operavam em baixa. Diante das ameaças inflacionárias trazidas pela guerra, investidores estudavam os próximos passos do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) quanto ao ritmo de aceleração da alta dos juros. O Fed elevou os juros em março pela primeira vez desde 2018 e deverá realizar mais aumentos neste ano para tentar frear a inflação. O índice S&P 500, referência da Bolsa de Nova York, caía 0,50%. O indicador da Nasdaq, que concentra empresas mais vulneráveis a apertos no crédito, perdia 1,29%. O Dow Jones cedia 0,01%.

Carvão russo

No mercado de commodities, o preço do barril do petróleo Brent oscilava. Depois de subir mais de 1% nas primeiras horas, passava a recuar 0,77%, a US$ 106,70 (R$ 492,62). Investidores pesavam o impacto de eventuais novas sanções à Rússia após acusações de que as tropas do país assassinaram civis ucranianos na cidade de Butcha. A Rússia é um dos principais países exportadores de petróleo e gás natural e sua produção já foi banida dos Estados Unidos. Países europeus são dependentes do suprimento russo para a geração de energia, mesmo assim, a Europa avalia proibir importações de carvão dos russos, reportou o The Wall Street Journal nesta terça. As Bolsas de Paris e Frankfurt negociavam com baixas de 1,49%, e 0,71%, nessa ordem. Londres subia 0,43%. Na Ásia, os mercados da China não abriram nesta terça devido a um feriado. No Japão, a Bolsa de Tóquio subiu 0,19%.

Pandemia

Nesta véspera, no mercado financeiro do Brasil, o dólar mergulhou 1,22%, a R$ 4,6090, a menor cotação desde o fechamento a R$ 4,5810 no dia 4 de março de 2020. A moeda norte-americana também se manteve no patamar anterior ao do início da pandemia de Covid-19, declarada pela Organização Mundial da Saúde em 11 março de 2020. O índice de referência da Bolsa de Valores brasileira cedeu 0,24%, a 121.279 pontos, na véspera. A queda ocorreu após o indicador ter fechado o primeiro trimestre com cerca de 15% de ganho e atingido, na última sexta-feira, a melhor pontuação em oito meses.
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