Erdogan diz que assassinato de Khashoggi foi planejado

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Publicado Terça, 23 de Outubro de 2018 às 07:39, por: CdB

Erdogan disse que o paradeiro do corpo de Khashoggi ainda é desconhecido, e exigiu que a Arábia Saudita revele a identidade de um “cooperador local” que supostamente levou o corpo.

Por Redação, com Reuters - de Ancara

O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, disse nesta terça-feira que existem fortes sinais de que o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi foi planejado, e que tentativas de atribuí-lo a agentes de inteligência “não nos satisfarão”, após a Arábia Saudita ter insinuado que a morte foi resultado de uma operação clandestina.
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O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan
Em um discurso ao Parlamento, Erdogan não mencionou o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, que alguns parlamentares dos Estados Unidos suspeitam ter ordenado o crime, mas disse que a Turquia não finalizará sua investigação sobre a morte de Khashoggi até todas as perguntas serem respondidas. – Instituições de inteligência e segurança têm indícios mostrando que o assassinato foi planejado... atribuir tal caso a alguns membros da segurança e da inteligência não nos satisfará, ou a comunidade internacional – disse. Erdogan disse que o paradeiro do corpo de Khashoggi ainda é desconhecido, e exigiu que a Arábia Saudita revele a identidade de um “cooperador local” que supostamente levou o corpo. Khashoggi, colunista do Washington Post e crítico do príncipe herdeiro, o governante de fato do reino, desapareceu três semanas atrás depois de entrar no consulado saudita em Istambul para obter documentos para se casar. Autoridades turcas suspeitam que Khashoggi foi assassinado e esquartejado por agentes sauditas dentro do consulado. Fontes turcas dizem que as autoridades têm uma gravação de áudio que supostamente documenta o assassinato do jornalista de 59 anos. Erdogan não mencionou nenhuma gravação de áudio em seu discurso.

Riad

Inicialmente Riad negou ter conhecimento do destino do jornalista, e depois disse que ele morreu durante uma briga no consulado. Esta versão dos acontecimentos foi recebida com ceticismo por vários governos ocidentais, aumentando as tensões nas relações com o maior exportador de petróleo do mundo. Erdogan disse que três agentes chegaram a Istambul um dia antes do assassinato para uma suposta missão de reconhecimento. No dia seguinte 15 pessoas foram ao consulado. – Por que estas 15 pessoas se encontraram em Istambul no dia do assassinato? Estamos procurando respostas para isso. Quem são estas pessoas, recebem ordens de quem? – indagou Erdogan. Após a indignação global provocada pelo desaparecimento do jornalista, os comentários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, variaram, ora minimizando o papel de Riad, ora alertando para possíveis sanções econômicas. Para os aliados da Arábia Saudita, a questão será se acreditam que o príncipe herdeiro, que se apresenta como um reformista, tem alguma culpa. O rei Salman, de 82 anos, deixou a cargo do príncipe a administração cotidiana do reino.
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