Escócia caminha em direção à independência do Reino Unido, após eleições

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Publicado Domingo, 09 de Maio de 2021 às 15:26, por: CdB

O SNP, liderado pela primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, conquistou 64 dos 129 assentos em jogo, apenas um a menos do que o necessário para garantir maioria absoluta.

Por Redação, com Ansa - de Glasgow

O Partido Nacional Escocês (SNP) venceu as eleições para o Parlamento local, cujos resultados definitivos foram divulgados na noite passada, e renovou o pleito por um novo plebiscito de independência no território.

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A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, tem quorum para abrir o questionamento quanto à independência do país

O SNP, liderado pela primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, conquistou 64 dos 129 assentos em jogo, apenas um a menos do que o necessário para garantir maioria absoluta. Conservadores (31 cadeiras) e Trabalhistas (22) confirmaram suas posições de segunda e terceira forças.

Futuro

O resultado manteve praticamente inalterada a divisão de poder no Parlamento local. 

— Simplesmente não há nenhuma justificativa democrática para Boris Johnson ou qualquer outra pessoa tentar bloquear o direito do povo da Escócia de escolher seu próprio futuro — declarou Sturgeon.

O premiê britânico, por sua vez, parabenizou a líder escocesa, mas disse que os interesses do Reino Unido são melhor servidos quando "trabalhamos juntos". Contabilizando os Verdes, com oito cadeiras, o Parlamento da Escócia tem uma maioria clara a favor da independência e maior do que na legislatura anterior (72 contra 69).

Apesar disso, Johnson afirma que convocar um novo plebiscito no "contexto atual seria irresponsável e imprudente", enquanto o plano de Sturgeon é realizar a consulta popular até o fim de 2023, após a pandemia do novo coronavírus.

Supremacia

A Escócia fez um plebiscito separatista em setembro de 2014, com placar de 55,3% a 44,7% a favor dos unionistas, mas o Brexit reacendeu os ânimos nacionalistas no território, que votou em peso (62% a 38%) pela permanência na União Europeia na consulta popular de 2016.

Na Inglaterra, o Partido Conservador, chefiado por Johnson, conquistou vitórias significativas em áreas antes dominadas pelo Partido Trabalhista. No entanto, a legenda de centro-esquerda conseguiu reeleger o prefeito de Londres, Sadiq Khan, primeiro muçulmano a governar uma capital ocidental. Khan obteve 55,2% dos votos no segundo turno, contra 44,8% do conservador Shaun Bailey.

Mas a supremacia dos Tories em âmbito nacional manteve a tendência já vista na eleição legislativa de dezembro de 2019, quando a pauta política era dominada pelas negociações do Brexit e os conservadores derrubaram o "muro vermelho" no norte da Inglaterra.

Dessa vez, Johnson se beneficiou do sucesso da campanha de vacinação contra o novo coronavírus, apesar de o Reino Unido ter uma das maiores taxas de mortalidade por covid-19, no Ocidente.

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