O Pentágono informou, que vai enviar 475 assessores (conselheiros) militares para o Iraque a partir deste fim de semana. O objetivo é assessorar o Exército iraquiano e coordenar operações com drones (aviões não tripulados), na missão de destruir a milícia extremista mulçumana, autodenominada Estado Islâmico (EI). A informação foi divulgada pelo porta-voz do Departamento de Defesa, John Kirby.
Segundo ele, os militares designados para a função começarão a chegar ao Iraque nos próximos dias e estarão concentrados principalmente na cidade de Erbil, no Curdistão iraquiano, e na capital, Bagdá. Os assessores vão se juntar a 289 militares norte-americanos que já estão no Iraque, trabalhando com o Exército local.
A estratégia anunciada por Obama na última quarta-feira para combater a milícia que atua na Síria e no Norte do Iraque não inclui o envio de tropas norte-americanas para combates terrestres nos territórios sírio e iraquiano.
Parte do plano anunciado por Obama estabelece, no entanto, o envio dos chamados conselheiros militares para assessoramento do Exército iraquiano e para comandar os bombardeios aéreos. Outra iniciativa seria o treinamento e financiamento dos rebeldes na Síria, que atuariam como contraponto ao EI. Essa proposta ainda está sob análise do Congresso norte-americano.
A Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) divulgou uma estimativa de que a milícia teria entre 20 mil e 31,5 mil combatentes. Anteriormente, levantamento divulgado pelo mesmo serviço de inteligência falava em 10 mil homens.
– A avaliação da CIA indica que o Estado Islâmico tenha entre 20 mil e 31.500 combatentes no Iraque e na Síria, de acordo com informações fornecidas por várias fontes entre maio e agosto – disse o porta-voz dos Serviços de Informações dos Estados Unidos, Ryan Trapani.
Estado Islâmico
Os terroristas do “Estado Islâmico” (EI) contam com cerca de 20 a 31,5 mil combatentes no Iraque e na Síria, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira pela Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA). O número é muito maior do que as estimativas anteriores, que apontavam para aproximadamente 10 mil militantes do grupo na região.
A CIA acredita que haja 15 mil combatentes estrangeiros somente na Síria, incluindo 2 mil originários do Ocidente. A avaliação foi feita com base numa nova análise de relatórios do órgão referentes ao período de maio a agosto deste ano.
– Esse total reflete um aumento no número de membros por causa do forte recrutamento desde junho, após sucessos e maior atividade no campo de batalha e a proclamação de um califado – disse em comunicado o porta-voz da Cia Ryan Trapani.
Autoridades americanas têm manifestado preocupação com a presença de militantes de outros países entre os radicais sunitas, sobretudo em relação àqueles que possuem passaportes ocidentais. Isso possibilitaria que eles retornassem dos campos de batalha com o objetivo de conduzir ataques terroristas na Europa e nos Estados Unidos.
A revelação da CIA foi feita no dia do 13º aniversário dos ataques do 11 de Setembro e poucas horas depois do presidente Barack Obama ter anunciado a ampliação da ofensiva americana contra os jihadistas, incluindo ataques aéreos à Síria.
Na guerra contra o terror, aumenta em Washington a esperança de contar com o apoio da Europa para os ataques aéreos. Um porta-voz do premiê britânico, David Cameron, disse que o Reino Unido não descarta uma intervenção na Síria. A França também se manifestou disposta a colaborar com ataques aéreos no Iraque “se necessário”, segundo o Ministro do Exterior francês, Laurent Fabius.
A Alemanha, por outro lado, não pretende se envolver. “Não fomos sequer solicitados para tal e nem o faremos”, disse o Ministro do Exterior alemão, Frank-Walter Steinmeier. Ele diz preferir apostar numa “estratégia política” para conter os extremistas, fazendo referência ao envio de armas da Alemanha para ajudar os curdos a se defenderem do EI no norte do Iraque.
Enquanto isso, dez países árabes comprometeram-se a colaborar com o Ocidente: Arábia Saudita, Iraque, Bahrein, Egito, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Catar e Emirados Árabes Unidos. Reunidos nesta quinta-feira numa conferência antiterrorismo em Jidá, na Arábia Saudita, eles se comprometeram a conter o fluxo de combatentes e o financiamento dos jihadistas e, caso necessário, se juntar a uma intervenção militar.