Estados Unidos reforçam presença no Oriente Médio

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Publicado Terça, 18 de Junho de 2019 às 07:56, por: CdB

Após Teerã ameaçar violar limite de urânio estabelecido por acordo nuclear, Pentágono anuncia envio de mil militares adicionais à região com "propósitos defensivos". China alerta contra aumento de tensões.

Por Redação, com DW - de Washington

Em meio a um aumento das tensões entre Estados Unidos e Irã, o Pentágono ordenou na segunda-feira o envio de mil militares adicionais ao Oriente Médio, incluindo forças de segurança, de vigilância e de inteligência.
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Segundo os EUA, envio de militares serve a "propósitos defensivos para lidar com ameaças aéreas, navais e em solo no Oriente Médio"
O secretário de Defesa Interino dos EUA, Patrick Shanahan, emitiu um comunicado afirmando que as forças são destinadas a "propósitos defensivos para lidar com ameaças aéreas, navais e em solo no Oriente Médio". – Os Estados Unidos não estão buscando um conflito com o Irã. A medida de hoje está sendo tomada para assegurar a segurança e o bem-estar dos nossos militares trabalhando na região e para proteger nossos interesses nacionais – afirmou Shanahan. O secretário afirmou que os EUA vão continuar ajustando seu contingente no Oriente Médio de acordo com a necessidade. Os militares adicionais se somam a outros 1,5 mil enviados no mês passado, além de um porta-aviões bombardeiros, em resposta a ataques a navios-tanque e a "ameaças persistentes" do Irã. A decisão foi anunciada num momento em que o governo Donald Trump se vê forçado a exigir que Teerã cumpra os termos do acordo nuclear assinado com potências internacionais em 2015, apesar de o próprio presidente norte-americano classificá-lo de o pior acordo da história, ter retirado os EUA do pacto e reinstaurado sanções contra o Irã. Na segunda-feira, Teerã sinalizou que deve ultrapassar seu limite de estoque de urânio de baixo enriquecimento até 27 de junho, o que violaria o acordo nuclear, deixaria o país a um passo dos níveis necessários para a produção de uma arma nuclear e aumentaria ainda mais as tensões entre Teerã e Washington. – Continuamos pedindo que o regime iraniano não obtenha uma arma nuclear, que respeite seus compromissos com a comunidade internacional – afirmou a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Morgan Ortagus. Ela classificou o anúncio iraniano sobre o enriquecimento de urânio de "extorsão" e "desafio a normas internacionais".

Acordo nuclear

Teerã ameaçou ir ainda mais longe no não cumprimento dos termos do acordo nuclear se os signatários restantes, Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia, não ajudarem o Irã a contornar sanções impostas pelos EUA e a vender seu petróleo. O acordo de 2015 tem como objetivo restringir as atividades nucleares do Irã em troca do alívio de sanções internacionais. O reforço do contingente militar norte-americano também foi anunciado após os EUA afirmarem que o Irã está por trás de recentes ataques a dois petroleiros no Oriente Médio. O Pentágono divulgou imagens que mostrariam uma embarcação militar iraniana removendo uma mina marítima não detonada de um dos navios no Golfo de Omã. Segundo os norte-americanos, as imagens sugerem que os iranianos teriam tentado remover provas de seu envolvimento no incidente. O Irã rejeitou as acusações, afirmando que os EUA realizam uma campanha difamatória contra o país.

China e Irã reagem

Após os EUA anunciarem o envio de mil militares adicionais ao Oriente Médio, a China alertou contra um aumento das tensões na região e apelou a Teerã para não abandone o acordo nuclear "tão facilmente". – Apelamos a todas as partes para que se mantenham racionais e contidas, não tomem nenhuma ação para provocar uma escalada da tensão na região e não abram uma caixa de Pandora – disse o ministro do Exterior chinês, Wang Yi. "Os Estados Unidos em particular devem mudar sua prática de pressão extrema." O ministro afirmou ainda que a China se mantém determinada a salvaguardar o acordo nuclear e está disposta a trabalhar com todas as partes envolvidas para que o pacto seja implementado de maneira completa e efetiva.

Irã

O presidente iraniano, Hassan Rohani, afirmou que o Irã não vai travar uma guerra contra nenhuma nação. Ele disse que ainda dá tempo de os países europeus salvarem o acordo nuclear. Segundo ele, os EUA quebraram promessas ao abandonarem o pacto que Teerã continuou honrando. – Apesar de todos os esforços dos ncrteamericanos na região e do seu desejo de cortar os nossos laços com todo o mundo e manter o Irã isolado, eles não têm tido sucesso – afirmou. Rohani havia anunciado no último dia 8 de maio que, em retaliação à retirada unilateral dos EUA do acordo nuclear, o Irã deixaria de cumprir algumas das restrições impostas a seus estoques de urânio enriquecido e água pesada estipuladas no pacto.
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