Estudo detecta substâncias potencialmente tóxicas em fraldas

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Publicado Terça, 29 de Janeiro de 2019 às 08:01, por: CdB

Levantamento feito por agência governamental da França identifica dezenas de componentes em fraldas descartáveis que podem ser prejudiciais à saúde de bebês, entre eles o controverso glifosato.

Por Redação, com DW - de Paris

Dezenas de substâncias potencialmente tóxicas foram encontradas em fraldas descartáveis na França, segundo um estudo divulgado na semana passada pela Agência Francesa para Segurança Alimentar, Ambiental e do Trabalho (Anses).

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Na França, um bebê usa, em média, de 3,8 mil a 4,8 mil fraldas descartáveis
Segundo a agência, o estudo, descrito como o primeiro do tipo, identificou substâncias como o herbicida glifosato, dois perfumes artificiais, dioxinas potencialmente perigosas e butilfenil metilpropional, composto usado em cosméticos. O glifosato é amplamente usado na agricultura e alvo de controvérsia. Um estudo de 2015 da Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que o herbicida "provavelmente causa câncer". A Anses ressaltou que ainda não há estudos médicos que comprovem problemas de saúde causados por fraldas descartáveis, mas afirmou que riscos não podem ser descartados, pois foi detectada a presença de substâncias acima dos limites considerados saudáveis. O governo francês convocou uma reunião com fabricantes de fraldas descartáveis nesta quarta-feira e lhes deu um prazo de 15 dias para remover as substâncias potencialmente danosas identificadas pela Anses. – Quero reassegurar aos pais que a Anses afirma que não há risco imediato para a saúde das nossas crianças – afirmou a ministra da Saúde francesa, Agnes Buzyn. "Obviamente devemos continuar colocando fraldas descartáveis em nossos bebês." Ela ressaltou, porém, que o estudo não exclui um risco à saúde das crianças no longo prazo. "Por isso queremos, por precaução, proteger nossas crianças de possíveis efeitos." Para o estudo, cientistas da Anses testaram 23 tipos de fraldas descartáveis após serem usadas por bebês. "Calculamos a quantidade [de químicos] absorvida de acordo com o tempo que uma fralda é usada e o número de fraldas usadas por bebês até os 36 meses de idade. Por fim, comparamos os resultados com padrões toxicológicos", afirma Gérard Lasfargues, vice-diretor da Anses. Na França, um bebê usa, em média, de 3,8 mil a 4,8 mil fraldas descartáveis. Segundo Lafargues, componentes químicos potencialmente prejudiciais à saúde foram encontrados até mesmo em produtos anunciados como ecologicamente corretos. Num comunicado divulgado nesta quarta, a fabricante Pampers, que pertence ao grupo americano Procter & Gamble, afirmou que suas fraldas são "seguras e sempre o foram".
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