Um estudo da universidade de Iowa (EUA) indica que a maioria dos países não tem interesse em comprar trigo transgênico. A pesquisa, assinada pelo professor Robert Wisner e divulgada na semana passada, aponta que os Estados Unidos teriam alta possibilidade de sofrer uma redução de 30% a 50% nas exportações de trigo devido aos transgênicos.
A barreira aos transgênicos não seria a segurança dos alimentos, mas o medo dos consumidores. O estudo de Wisner avaliou informações nos mercados de trigo atuais, tendências de consumo, uso dos grãos e transporte. Esses dados foram avaliados em três cenários.
A constatação causou polêmica nos Estados Unidos. Um representante da Monsanto acusou o pesquisador de tentar “assustar os fazendeiros no Halloween.”Toda pesquisa é baseada em dados hipotéticos e em um cenário que não vai se confirmar”, disse a porta-voz da empresa em St. Louis, Shannon Troughton.
No meio político americano, o estudo já tem sido usado por políticos. “A pesquisa do dr. Wisner confirma nossos piores medos”, diz a senadora April Fairfield. “O lançamento prematuro do trigo transgênico vai devastar nossos mercados de exportação e ameaçar a sobrevivência de nossos fazendeiros.” Os principais produtores de trigo nos Estados Unidos são os Estados de Dakota do Norte, Montana, Dakota do Sul e Minnesota. Os maiores compradores são Japão, Filipinas, Coréia do Sul e Taiwan.
Segundo o professor Wisner, o investimento em marketing de trigo transgênico e não-transgênico, assim como gastos com certificação e segregação, aumentaria o preço dos produtos. A pesquisa foi encomendada pela Western Organization of Resource Councils, que reúne comunidades dos Estados produtores de trigo. O trigo transgênico ainda não foi aprovado pelo governo norte-americano.