EUA discutem com países e com a ONU o envio de missão de paz ao Iraque

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Publicado Quarta, 16 de Julho de 2003 às 15:07, por: CdB

Os Estados Unidos estão discutindo com outros países e com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, sobre a necessidade de uma nova resolução para que outros países participem das operações de manutenção de paz no Iraque, informou nesta quarta-feira o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell.

Tendo a seu lado o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Joschka Fischer, Powell disse que as conversas trataram "sobre se seria adequado ou não iniciar os debates sobre uma resolução na ONU, mas não passaram daí essas discussões iniciais".

Segundo Powell, os Estados Unidos acreditam que a resolução existente da ONU reconhece a Autoridade Provisória da Coalizão como o governo do Iraque no momento e também dá autoridade suficiente para as nações que buscam uma ordem da ONU para participar das missões de estabilização e manutenção de paz.

- Porém, há algumas nações que manifestaram o desejo por mais de um mandato das Nações Unidas. Eu estou em contato com alguns ministros sobre esse assunto - assim como com Annan, disse Powell após um almoço com Fischer durante a primeira visita do ministro alemão das Relações Exteriores aos EUA depois da guerra contra o Iraque.

Na ONU, Annan disse que as discussões giram em torno de um possível apelo da entidade aos Estados membros para que ofereçam soldados e policiais para auxiliarem na estabilização do Iraque.

Fischer repetiu a posição alemã de que o país não está preparado para enviar soldados ao Iraque sem a chancela da ONU, mas disse que Berlim gostaria de fornecer ajuda humanitária e auxiliar na reconstrução do país se isso for pedido.

- Nossa posição com relação ao envio de soldados não mudou em nada - garantiu.

Nessa terça-feira, o presidente da França, Jacques Chirac, também descartou a participação de soldados franceses no Iraque sem uma ordem explícita da ONU. A Índia assumiu a mesma posição na segunda-feira.

Mais cedo, Fischer descreveu a situação no Iraque como extremamente complicada e comentou que um debate transatlântico seria necessário para o desenvolvimento de uma estratégia comum para resolver a situação do Iraque no pós-guerra, além de outras questões de segurança.

Fischer deve reunir-se ainda nessa terça com Condoleezza Rice, a conselheira de Segurança Nacional da Casa Branca. Ele encontrou-se nessa terça com congressistas americanos, entre eles o senador Richard Lugar, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado dos EUA.

A visita de quatro dias segue-se a uma viagem de Powell à Alemanha em maio. O secretário de Estado foi a mais alta autoridade americana a visitar Berlim desde o estremecimento das relações entre EUA e Alemanha devido à oposição manifestada pelo chanceler Gerhard Schroeder à invasão do Iraque pelos Estados Unidos.

Jornais alemães publicaram que parte da missão de Fischer tem como objetico abrir caminho para que Schroeder e o presidente dos EUA, George W. Bush, reúnam-se para conversar sobre o Iraque e outros assuntos.

Os dois líderes cumprimentaram-se durante uma reunião de cúpula do Grupo dos Oito (G-8) realizada em junho na França, mas é sabido que eles não se falam desde então.

Na segunda-feira, em Nova York, Fischer tentou amenizar as rusgas entre Berlim e Washington e discutiu uma série de questões ligadas à segurança com as autoridades americanas. Além das implicações da invasão do Iraque pelos EUA, ele conversou sobre Irã, Afeganistão e Oriente Médio.

A Alemanha lidera atualmente - em conjunto com a Holanda - uma força internacional de manutenção de paz de 5.000 homens no Afeganistão.

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