EUA preparam plano para aumentar a pressão sobre a Coréia do Norte

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Publicado Domingo, 29 de Dezembro de 2002 às 22:16, por: CdB

O governo Bush preparou um plano para intensificar a pressão política e financeira sobre a Coréia do Norte, caso o país não abandone seu esforço de construir armas nucleares. Ainda, a meta final do plano americano consistiria em levar os norte-coreanos a enfrentar o prospecto de um colapso econômico. As informações foram confirmadas por autoridades do governo dos EUA. Sob a nova política, os países vizinhos seriam encorajados a reduzir as ligações com a Coréia do Norte; o Conselho de Segurança da ONU poderia apresentar ameaças de sanções econômicas, e os militares americanos poderiam interceptar carregamentos de mísseis, privando a Coréia do Norte dos fundos alcançados com a venda de armas. As autoridades do governo afirmaram que a ameaça de crescente isolamento é o melhor caminho para forçar a Coréia do Norte a abandonar suas ambições nucleares e, diante de uma recusa, derrubar o atual regime. Segundo afirmam as autoridades, pelo plano, que qualificam como "contenção planejada", elas estariam inclinadas a negociar com Pyongyang, mas apenas se o país acabar com seu programa de armas nucleares. A oferta de novos incentivos, sustentam as autoridades, seria capitular à chantagem e recompensar o regime norte-coreano por não manter os compromissos anteriores. "O plano é chamado 'contenção planejada' porque esta é uma situação completamente diferente do Iraque ou Irã", afirmou uma alta autoridade do governo. "O plano se concentra na criação de um estresse político e econômico. E requer máxima cooperação multinacional". A situação na Coréia do Norte se deteriorou recentemente e a Agência Internacional de Energia Atômica afirmou no sábado que retiraria dois de seus inspetores na terça-feira, a pedido da Coréia do Norte, que estaria desafiando obrigações internacionais. Alguns especialistas afirmam que a postura mais rígida da administração Bush pode ter levado os norte-coreanos a expandir seu programa de armas nucleares e que a política de contenção de Washington não possui um elemento vital: a abertura de um canal diplomático com a Coréia do Norte. "Eu creio que a retórica austera da administração Bush e suas políticas para a Coréia do Norte assustaram os norte-coreanos e estes possivelmente concluíram que o único meio para garantir sua segurança é enfrentar o mundo ao adquirir um substancial arsenal nuclear", afirmou Robert Einhorn, associado do Centro de Estudos Internacionais e Estratégicos que liderou as negociações com os norte-coreanos durante o governo Clinton. A nova política de contenção do governo Bush, Einhorn assegurou, "é uma aposta que o regime norte-coreano entrará em colapso antes de adquirir um arsenal nuclear que ameace a estabilidade da Ásia Oriental". Ele acrescentou: "E também uma aposta que nossa relação com nosso aliado sul-coreano pode sobreviver a um período extenso de isolamento e pressão sobre a Coréia do Norte. Negociar com a Coréia do Norte possui seus fatores negativos, mas estes devem ser avaliados diante dos riscos de não se negociar".

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