EUA prometem 'consequências' se Navalny morrer na prisão

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Publicado Domingo, 18 de Abril de 2021 às 09:15, por: CdB

Aliados dizem que saúde do mais proeminente crítico do Kremlin se deteriorou dramaticamente e que ele corre risco de parada cardíaca. Ativistas convocam novos protestos na Rússia.

Por Redação, com DW - de Washington O assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan disse neste domingo  que o governo dos EUA alertou à Rússia que "haverá consequências" se o crítico do Kremlin Alexei Navalny morrer na prisão.
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Ativista com retrato de Navalny durante manifestação. Oposicionista russo estaria em estado crítico na prisão
– Em termos das medidas específicas que tomaríamos, estamos olhando para uma variedade de custos diferentes que imporíamos, e não vou telegrafar isso publicamente neste momento, mas comunicamos que haverá consequências se o senhor Navalny morrer – disse. Aliados afirmam que o estado de saúde do oposicionista russo está se deteriorando dramaticamente na prisão e que ele pode morrer a qualquer momento. O ministro do Exterior da Alemanha, Heiko Maas, afirmou ao jornal Bild no domingo que os ministros do Exterior da UE discutirão o caso de Alexei Navalny nesta segunda-feira.

"Risco de parada cardíaca"

Navalny, de 44 anos, o mais proeminente crítico do presidente russo, Vladimir Putin, iniciou uma greve de fome há quase três semanas, para protestar contra a recusa das autoridades prisionais em permitir que ele seja examinado por um médico particular. Ele vem reclamando de fortes dores nas costas e paralisia nas pernas. O serviço penitenciário russo diz que ele está recebendo cuidados adequados. No sábado, um médico disse que resultados dos testes enviados pela família de Navalny mostram níveis acentuadamente elevados de potássio, que pode levar a uma parada cardíaca e sinais de insuficiência renal. "Nosso paciente pode morrer a qualquer momento", disse o médico Yaroslav Ashikhmin.

Novos protestos

Ativistas convocaram neste domingo novas manifestações em massa em Moscou e São Petersburgo em favor de Navalny. Leonid Volkov, um dos principais estrategistas de Navalny, disse que os protestos foram convocados em curto prazo para esta quarta-feira porque "a vida dele está em jogo". – Não sabemos quanto tempo ele pode aguentar. Mas está claro que não temos tempo' – afirmou o ativista. Não houve comentários imediatos da polícia ou de membros do governo russo sobre a convocação de protestos, mas a resposta provavelmente será dura. A polícia prendeu mais de 10 mil pessoas durante manifestações em todo o país em janeiro exigindo a libertação de Navalny. O crítico de Putin foi preso em 17 de janeiro, quando voltava à Rússia da Alemanha, onde passou cinco meses se recuperando do envenenamento pelo agente neurotóxico Novichok, que ele atribui ao Kremlin. O governo russo negou qualquer envolvimento e até questionou a veracidade do envenenamento de Navalny, que foi confirmado por vários laboratórios europeu. Ele foi condenado a dois anos e meio de prisão em uma colônia penal, em decisão judicial que observadores ocidentais consideram motivada politicamente.

Apelo de celebridades

No sábado, mais de 70 celebridades de todo o mundo publicaram uma carta aberta ao presidente russo, Vladimir Putin, exigindo cuidados médicos adequados para o oposicionista Alexei Navalny. "Como cidadão russo, ele tem o direito de ser examinado e tratado por um médico à sua escolha", diz do texto, publicado no sábado em vários jornais europeus, incluindo o francês Le Monde. Entre os signatários, estão os Prêmios Nobel de Literatura J.M. Coetzee, Orhan Pamuk, Herta Müller, Swetlana Alexijewitsch e Louise Glück, a criadora de Harry Potter, J.K. Rowling, o ex-membro da banda Abba Björn Ulvaeus, os atores Jude Law, Vanessa Redgrave, Benedict Cumberbatch e Kristin Scott Thomas e os historiadores Christopher Clarke, Niall Ferguson e Simon Schama. O texto traz o pedido para "garantir que Alexei Navalny receba imediatamente o tratamento médico e os cuidados de que necessita com urgência, e aos quais tem direito de acordo com a lei russa". A carta afirma que Putin, como "o representante eleito da Rússia e fiador da lei", tem a obrigação de fazer cumprir isso.  
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