Os Estados Unidos pretendem reduzir o número de soldados que mantêm na Coréia do Sul para um terço até o final do próximo ano, como parte de uma mudança mundial para uso de tecnologia mais avançada em defesa, disseram os dois países nesta segunda-feira.
Embora os 1,1 milhão de soldados norte-coreanos façam parecer insignificantes os 37.500 soldados norte-americanos na região, qualquer redução é observada de perto devido ao seu simbólico valor de deterrência. A Coréia do Sul tem 690.000 soldados.
“Autoridades dos EUA nos disseram que, sob sua Revisão de Postura da Defesa Global, estão planejando reduzir o número de tropas dos EUA aqui para 12.500 até o final de dezembro de 2005”, disse a repórteres Kim Sook, chefe do birô do ministério para América do Norte. Isso já incluiria os 3.600 soldados dos EUA programados para transferência da Coréia do Sul para o Iraque.
Kim falou a repórteres depois do primeiro dia de negociações com autoridades dos EUA sobre o recuo das tropas norte-americanas de posições da linha de frente na fronteira com o Norte comunista. Questionado se a Coréia do Sul concordou com o programa de retirada, Kim disse:
“É isso que os Estados Unidos apresentaram como plano e (é isso o que) vamos debater”.
Muitos sul-coreanos manifestaram surpresa a respeito dos planos de Washington e a mídia pediu cuidado no cronograma das reduções, frente às atuais negociações sobre as ambições nucleares da Coréia do Norte.
Pyongyang descreveu o corte como um complô para mascarar planos de atacar a Coréia do Norte. Autoridades dos EUA afirmaram que Washington realizará a redução com muito cuidado, por causa das condições de segurança na península.
A Coréia do Sul ainda não recebeu a notificação sobre quais forças serão movimentadas.
O tema não chegou a ser debatido formalmente nesta segunda-feira, na nona rodada de negociações sobre o deslocamento de tropas dos EUA dentro da Coréia do Sul. As discussões começaram no ano passado e incluem a mudança do quartel-general militar dos EUA do centro para o sul da capital sul-coreana e a retirada de tropas da Zona Desmilitarizada de fronteira que divide a península.
As duas Coréias estão tecnicamente em guerra desde 1953, quando o conflito terminou em trégua, mas sem um acordo de paz.