Trump está atrás do senador Ted Cruz, do Estado do Texas, na maioria das pesquisas em Iowa
Por Redação, com Reuters – de Washington, EUA:
Donald Trump procurou recuperar a vantagem no Estado de Iowa, o primeiro a escolher os candidatos à Presidência dos Estados Unidos, retornando aos temas do populismo econômico que ajudaram a alimentar sua ascensão como principal candidato do Partido Republicano.
Trump está atrás do senador Ted Cruz, do Estado do Texas, na maioria das pesquisas em Iowa, que realiza seu cáucus (assembleia partidária) em 1º de fevereiro, mas continua a manter vantagem nas pesquisas nacionais.
O mais recente levantamento Reuters/Ipsos por cinco dias seguidos mostrou Trump na frente entre os prováveis eleitores republicanos em nível nacional, com 39 %, em comparação com os quase 14 % de Cruz.
Falando para uma grande multidão em Council Bluffs, Trump prometeu levar de volta empregos industriais para o Estado.
– Eu realmente entendo o jogo – disse ele, enquanto condenava as empresas norte-americanas que criam empregos no exterior. Trump reafirmou sua intenção de impor um imposto de 35 % sobre os bens trazidos para os Estados Unidos por empresas que utilizam mão de obra estrangeira em países como o México.
Mas o magnata direcionou sua ira principalmente à candidata democrata Hillary Clinton, em vez de Cruz ou qualquer outro de seus rivais republicanos.
Sobre a perspectiva de enfrentar a primeira candidata viável mulher à Presidência, na eleição geral, Trump comentou: “Se tiver de ser uma mulher, não deveria ser Hillary”.
O evento de terça-feira em Iowa marcou uma clara mudança na corrida, em que Trump prometeu começar a usar sua fortuna pessoal para reforçar sua candidatura em Estados como Iowa, New Hampshire e Carolina do Sul, sem depender exclusivamente da atenção conquistada na mídia. Ele anunciou uma intensa agenda de viagens nesses Estados.
Além disso, Trump disse na manhã de terça-feira que planeja colocar anúncios nos primeiros Estados em que haverá votação partidária para escolha dos candidatos em 2016.
– Vou gastar um mínimo de US$ 2 milhões por semana, e talvez substancialmente mais – disse a jornalistas, de acordo com o vídeo que foi ao ar na CNN.
Republicanos dos EUA
Com 10 meses faltando para os Estados Unidos elegerem um novo presidente, o Partido Republicano ainda tem que resolver um problema que seus líderes dizem ter contribuído para a derrota de Mitt Romney para Barack Obama em 2012: a falta de apoio de eleitores hispânicos e jovens.
A quantidade de republicanos inclinados a votar no dia 8 de novembro de 2016 está 9 pontos percentuais atrás dos democratas, um déficit que era de 6 pontos percentuais no ano que antecedeu a reeleição de Obama, de acordo com uma análise de dados de pesquisas eleitorais da Reuters/Ipsos de 2012 e de 2015.
Embora o eleitorado norte-americano tenha se tornado mais diversificado nos últimos três anos, o apoio aos republicanos entre eleitores hispânicos e jovens dispostos a ir às urnas encolheu significativamente.
As informações de pesquisas sobre eleitores prováveis que se identificam como membros de um partido político em particular são consideradas indicadores valiosos para o desfecho das eleições. Em 2012, 93 % dos eleitores que revelaram uma preferência partidária votaram para o candidato daquela legenda, como mostrou um levantamento Reuters/Ipsos no dia da eleição.
Os números dão a entender que o campo republicano, atualmente liderado pelo empresário bilionário Donald Trump, está diante de um desafio imenso diante dos democratas, cuja pré-candidata favorita é a ex-secretária de Estado e ex-primeira dama Hillary Clinton.
– Bons candidatos conduzindo boas campanhas podem superar desvantagens partidárias, opinou o estrategista e analista eleitoral republicano Neil Newhouse. “O partido enfrentou estes mesmos desafios em 2012 e ainda está enfrentando estes desafios, e isso é potencialmente mais significativo”.