Espanha e Portugal veêm eclipse solar
Milhares de pessoas deixaram seus escritórios e tomaram as ruas da Espanha e de Portugal nesta segunda-feira para se deslumbrar com o momento em que um disco laranja formou um halo em torno da esfera negra da lua, o céu escureceu e esfriou de repente. O eclipse anular, em que a lua cobre 90%, foi plenamente visível apenas em uma estreita faixa da península Ibérica, o que não acontecia na região desde 1764.
Segundo a Nasa, um eclipse parcial também foi visto em uma faixa mais larga atingida pela penumbra da lua. Essa área incluía a Europa, o oeste da Ásia, o Oriente Médio, a Índia e a maior parte da África.
– O que realmente me surpreendeu foi a queda da temperatura, agora está bem frio – disse Luis Obiols, meteorologista que acompanhou o fenômeno no Planetário de Madri.
Algumas crianças faltaram às aulas para assistir ao eclipse com óculos especiais de proteção. Muitos madrilenos se reuniram nas ruas e em telhados.
– A luz, a cor, a mudança na tonalidade da luz, mesmo as sombras, foi tudo impressionante – disse o estudante Juan Carlos Rivas, 29.
As autoridades alertaram várias vezes que olhar diretamente para o sol, mesmo encoberto, pode provocar danos permanentes à retina e até mesmo cegueira.
Todo o processo deveria durar cerca de duas horas e meia, embora o eclipse propriamente dito – com a lua no centro do sol – levaria apenas cerca de quatro minutos, segundo o ministério espanhol do Desenvolvimento.
Centenas de pessoas saíram de casa no centro e no norte de Portugal com óculos especiais. Por causa do frio repentino, usavam casacos grossos. Em Bragança, onde o eclipse foi mais intenso, um grupo subiu em um morro para observar.
No Marrocos e na Argélia, o mau tempo atrapalhou a diversão de muita gente que saiu às ruas para ver o fenômeno. As escolas fecharam e as mesquitas de ambos os países convocaram orações especiais.
– Preparei tudo para o grande dia, o telescópio, a câmera e os filtros, mas o céu não está claro. Acho que teremos de esperar sabe lá Deus quantos anos – disse Abdellatif Hafid, conferencista de Ciências em uma universidade de Rabat.