O Tribunal Regional de Hannover absolveu nesta quinta-feira o ex-presidente da Alemanha Christian Wulff num processo de tráfico de influência que o havia forçado a renunciar há dois anos. O veredicto marca o fim de um longo e dramático processo que arruinou a carreira política do ex-presidente e ex-governador da Baixa Saxônia, de 54 anos.
– O acusado Wulff é inocente – afirmou o juiz Frank Rosenow à corte regional de Hannover, acrescentando que o ex-presidente tem direito a uma indenização pelas buscas realizadas pela polícia durante a investigação. Segundo o tribunal, não há provas que sustentem a acusação.
Wulff que em 2010 foi apontado pela chanceler alemã, Angela Merkel, para ser candidato à presidência era acusado de ter atuado em benefício do produtor de cinema David Groenewold em troca de dinheiro.
Os promotores alegavam que Groenewold havia pago 720 euros em despesas de uma viagem à Oktoberfest de Munique feita por Wulff em 2008, quando ele ainda era governador do estado da Baixa Saxônia. Em troca, Wulff teria telefonado para um executivo da Siemens pedindo apoio a um projeto cinematográfico do produtor.
Depois disso, outras acusações contra o ex-presidente foram apresentadas, como um suposto empréstimo hipotecário com juros muito abaixo dos valores de mercado. Com a credibilidade danificada, ele foi obrigado a renunciar ao cargo em 17 de feveiro de 2012, um dia depois de ter sua imunidade suspensa por conta da investigação.
Wulff e Groenewold que era acusado de corrupção ativa insistiram que eram inocentes e rejeitaram uma oferta de acordo que previa o pagamento de uma multa de 20 mil euros para evitar o julgamento. Segundo a argumentação deles, Groenewold pagou as despesas sem que Wulff soubesse. Além disso, eles afirmaram ser amigos de longa data.