Exercícios conjuntos entre China e Rússia acendem luz vermelha na OTAN

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Publicado Domingo, 15 de Agosto de 2021 às 12:00, por: CdB

As manobras foram realizadas por cerca de 10 mil soldados do Comando do Teatro Ocidental do Exército de Libertação Popular (ELP) da China e do Distrito Militar Oriental da Rússia na região de Ningxia, na China.

Por Redação, com Sputnik - de Bruxelas, Moscou e Pequim
O recente exercício conjunto entre os exércitos chinês e russo, no noroeste da China, mostra que eles estão optando por uma interoperabilidade no nível da Organização do Tratado Atlântico Norte (OTAN), e abre uma possibilidade para campanhas militares conjuntas para conter os EUA, segundo analistas militares.
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Tropas russas e chinesas confraternizam após a realização das manobras conjuntas
As manobras foram realizadas por cerca de 10 mil soldados do Comando do Teatro Ocidental do Exército de Libertação Popular (ELP) da China e do Distrito Militar Oriental da Rússia na região de Ningxia, na China. Os exercícios deram ao ELP uma oportunidade de testar suas armas mais novas e também mostrar a capacidade de trabalhar coerentemente com as forças russas.

Aliados

Pela primeira vez, os dois países usaram um sistema de comando e controle conjunto. As tropas russas foram integradas em formações chinesas maiores e realizaram operações planejadas pelo ELP, de acordo com um comunicado do Ministério da Defesa da China. Foi também a primeira vez que os soldados russos usaram veículos blindados de assalto, veículos de combate de infantaria e outros equipamentos bélicos fornecidos pelos militares chineses. O coronel aposentado do ELP e analista militar Yue Gang disse, citado pelo jornal chinês South China Morning Post, que a China nunca tinha concedido esse nível de acesso a militares estrangeiros. "O tratado da China com a Coreia do Norte está apenas no papel e os exercícios que fizemos com o Paquistão foram muito menores em escala", afirmou Yue. "A China e Rússia têm que ficar juntas para enfrentar os Estados Unidos. Não somos aliados, mas (somos) tão bons como aliados com nossas capacidades coletivas”, escreveu Gang.

Entendimento

O exercício militar desta semana está forçando os Estados Unidos a considerarem o pior cenário possível, lutando ao mesmo tempo contra a China e a Rússia em caso de um conflito regional, segundo Vasily Kashin, especialista militar e em assuntos chineses na Escola Superior de Economia da Rússia. — Como a Rússia está tanto na Europa como no nordeste da Ásia e pode manobrar suas forças entre os dois teatros em seu próprio território, a possibilidade credível de enfrentar a Rússia e a China ao mesmo tempo tornará impossível para os EUA conterem a China militarmente — comentou Kashin à agência russa de notícias Sputnik. Além disso, o especialista revelou que a troca de armas e equipamentos contribuiu para um melhor entendimento mútuo das capacidades da China e da Rússia, o que é uma prática comum na OTAN.
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