Na exibição de documentário, Paris e Roma lembram Marielle Franco

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Publicado sábado, 23 de abril de 2022 as 16:30, por: CdB

Dirigido por Liliane Mutti e Daniela Ramalho, o documentário já foi exibido em mais de 20 festivais, ganhando prêmios em Milão e Cannes. Com pouco mais de oito minutos, o curta mostra a ida dos pais da vereadora (pelo PSOL) e ativista, Antônio e Marinete, para a inauguração do Jardim Marielle Franco, em Paris, em 2019.

Por Redação, com RBA – de Paris

Lançado em 2021, o documentário Elle, sobre Marielle Franco, volta a ser exibido na Europa. Neste sábado, o curta fará parte do Immaginaria Film Festival, evento dedicado às lésbicas “e outras mulheres rebeldes”, cuja 17ª edição começou em Roma, na véspera, e vai até a próxima segunda-feira. Em 9 de maio, Elle terá exibição em Paris, com distribuição do Centro Audiovisual Simone de Beauvoir (criado em 1982 por militantes feministas) e cachê doado à família de Marilelle Franco, cujo assassinato completou 1,501 dias, neste sábado.

Marielle Franco
Após mais de 1,5 mil dias, ainda não se sabe quem mandou matar Marielle Franco

Dirigido por Liliane Mutti e Daniela Ramalho, o documentário já foi exibido em mais de 20 festivais, ganhando prêmios em Milão e Cannes. Com pouco mais de oito minutos, o curta mostra a ida dos pais da vereadora (pelo PSOL) e ativista, Antônio e Marinete, para a inauguração do Jardim Marielle Franco, em Paris, em 2019. A capital francesa teve manifestações de protesto contra o crime ocorrido em março de 2018, quando Marielle e Anderson Gomes, seu motorista, foram mortos a tiros na região central do Rio de Janeiro.

Gênero 

O curta tem falas em off e passagens de ato em Paris; além de imagens de arquivo: fotos da infância à vida adulta de Marielle e pronunciamentos da vereadora, eleita em 2016 com 46.502 votos, para o período 2017-2020. Ela foi a quinta mais votada no município.

— A gente tem lado, tem classe e tem identificação de gênero. Não serei interrompida. Vai ter que aturar mulher negra, trans, lésbica ocupando a diversidade dos espaços — afirma em uma das falas.

Marielle foi assassinada, aos 38 anos.

Sem solução

— Dona Marinete, mãe de Marielle, tem enfrentado problemas de saúde. O poeta João de Mello, do conselho da Associação Cine Nova Bossa (responsável pelo filme, em parceria com o Coletivo Ubuntu Audiovisual), ligou contando que ela está sem plano de saúde. Então, decidimos participar dessas iniciativas de amigos do Rio para ajudá-la e estamos muito felizes que o filme possa fazer a sua parte. Marielle e Anderson infelizmente não foram um caso isolado com o crescimento da milícia na cidade do Rio de Janeiro — conta Liliane Mutti.

O crime ainda está sem solução. Acusados pela execução foram presos, mas ainda não houve julgamento. O mandante permanece desconhecido. A tragédia já foi tema de outras obras, entre documentários e homenagens de escolas de samba. Mas a pergunta que é feita há 1,5 mil dias persiste, agora com uma versão francesa:

Qui a ordonné le meurtre de Marielle? (Quem mandou matar Marielle?)”.

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