Fachin afasta, mas não pede a prisão de Aécio Neves

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Publicado Quinta, 18 de Maio de 2017 às 09:26, por: CdB

A decisão foi tomada depois que Aécio, que é o presidente do PSDB, foi gravado pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, um dos donos do frigorífico JBS

 

Por Redação - de Brasília

 

O ministro relator da operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, determinou o afastamento de Aécio Neves (PSDB-MG) do mandato de senador. Fachin, no entanto, não pediu a prisão do parlamentar, embora tenha sido requisitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

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Líder nacional do PSDB, o senador Aécio Neves foi, novamente, citado como beneficiário de um esquema de corrupção em Furnas

A decisão foi tomada depois que Aécio, que é o presidente do PSDB, foi gravado pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, um dos donos do frigorífico JBS. A investigação foi vazada ao diário conservador carioca O Globo, na coluna do jornalista Lauro Jardim. O Correio do Brasil confirmou as informações veiculadas junto a duas fontes na Polícia Federal (PF).

Batida policial

Aécio foi alvo, nesta quinta-feira, de operação da Polícia Federal que cumpriu mandados de busca e apreensão em diversos endereços ligados a ele no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Além de seu gabinete no Congresso Nacional, em ações que são desdobramento da operação Lava Jato.

Imagens de TV, na manhã desta quinta-feira mostraram agentes da PF entrando em um prédio de frente para a praia de Ipanema onde Aécio tem um apartamento. O local estava vazio e a polícia precisou da ajuda de um chaveiro para ingressar. Agentes da PF também se dirigiram a endereços do senador em Minas Gerais, incluindo uma casa e um apartamento.

A Polícia Federal também cumpriu mandados nesta manhã no Congresso Nacional. Fez buscas nos gabinetes de Aécio, do também senador Zezé Perrela (PMDB-MG) e do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). Um ex-assessor do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB) também está entre os alvos da ação no Rio de Janeiro, segundo a emissora.

Aécio pede

Agentes da PF também realizam buscas no gabinete da Procuradoria-Geral Eleitoral, que fica no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e o STF decretou a prisão de um procurador da República que atua perante a Corte. Procurada, a PF disse que irá se manifestar "assim que for possível".

Segundo as informações de O Globo, confirmadas pelo CdB junto a duas fontes com conhecimento do assunto, o empresário Joesley Batista gravou um pedido de dinheiro de Aécio. A cena foi filmada pela Polícia Federal.

Aécio, que até recentemente era apontado como possível candidato à Presidência nas eleições de 2018, já teve o nome mencionado em delações da Lava Jato. E tem perdido força quando se trata da disputa nacional, o que deve se agravar com a nova ação.

Em nota sobre a reportagem, o senador disse estar "absolutamente tranquilo quanto à correção de todos os seus atos". E afirmou que sua relação com o empresário era "estritamente pessoal".

Temer gravado

Joesley Batista, conforme o CdB confirmou, fez uma gravação do encontro com com o presidente de facto, Michel Temer. Nela, dá aval para a compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha. Na conversa, Temer também indica, segundo o jornal, ao empresário o deputado Rocha Loures para resolver um assunto da J&F, holding que controla a JBS.

Loures, de acordo com o jornal, foi filmado recebendo 500 mil reais enviados por Joesley. Em nota, a assessoria do deputado disse que ele estava fora do país. Quando retornar, o que deve acontecer nesta quinta-feira, "deverá se inteirar e esclarecer os fatos divulgados".

Temer, também em nota, negou que tenha pedido o pagamento para conseguir o silêncio de Cunha. Ou que tenha autorizado qualquer movimento nesse sentido. "O presidente jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar", disse a assessoria de imprensa da Presidência.

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