Depois de protagonizar uma das temporadas mais devastadoras da história da Fórmula 1, a Ferrari está sentindo a pressão. O heptacampeão Michael Schumacher deixou o calor da Malásia neste domingo sabendo que a temperatura alta permanecerá em seu primeiro teste do novo Ferrari 2005 nesta semana na Itália.
A Ferrari, que ganhou 15 dos 18 Grandes Prêmios do ano passado, não venceu ainda nesta temporada e a corrida de domingo, em Sepang, foi a primeira desde a Hungria, em agosto de 2003, sem nenhum dos seus pilotos no pódio. A Renault ganhou as duas primeiras provas de 2005 e o colombiano Juan Pablo Montoya encerrou 2004 com uma vitória para a Williams no Brasil.
Schumacher, depois de abandonar na Austrália, foi o sétimo em Sepang. Rubens Barrichello deixou a prova na Malásia.
– Não pode haver desculpa para uma corrida como essa. Fomos vencidos por oponentes que provaram ser mais fortes que nós – disse o chefe da equipe, Jean Todt.
A vitória do espanhol Alonso neste domingo torna mais provável que a Ferrari adiante a estréia de seu novo carro para o próximo mês, em Barein, em vez de esperar pela estréia programada para maio na Espanha. Mesmo assim, o carro pode não ser tão devastador quanto o modelo F2004– modificado para uso nas primeiras corridas desta temporada – no ano passado.
A Renault está melhorando seu carro continuamente e a Toyota, com grande orçamento, deixou claro com seu primeiro pódio na Fórmula 1 que também está se tornando rapidamente um concorrente.
– A pergunta agora é qual será o desempenho do novo Ferrari – disse o alemão Nick Heidfeld, depois de terminar em terceiro com a Williams neste domingo.
– No momento eles estão mal e é óbvio que já não são a equipe mais rápida como nos últimos anos, quando dominaram. Acho que a situação para eles é muito diferente. Eles não estão acostumados a isso e será interessante ver como vão lidar – disse ainda.
A Ferrari tem poucos amigos no momento. Oito equipes rivais escreveram para o chefe da Fiat e da Ferrari, Luca di Montezemolo, no fim de semana, reclamando sobre as atitudes “altamente desrespeitosas” da equipe em relação a testes e cortes de custos. A Ferrari vai lutar e provavelmente voltará a ganhar corridas como costumava ganhar, mas a equipe não pode perder tempo.
– Não há dúvida neste momento de que a diferença com a Renault é muito grande.Se depois de cinco ou seis corridas ainda estivermos com problemas, então não teremos que nos preocupar em falar sobre o campeonato. Vejo como é difícil entender como vencemos 15 provas na última temporada e agora estamos lutando pelo sétimo (lugar) – disse o Michael Schumacher, que tem dois pontos, contra 16 de Alonso.
-Mas as coisas podem mudar muito, muito rápido.É óbvio que outras equipes estão fazendo um trabalho melhor em muitas áreas e não espero uma mudança gigante em Barein. É claro que precisamos melhorar – sentenciou.