Apesar de reconhecer que o fracionamento de remédios pode significar economia para o bolso do cidadão e do governo, o representante da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Marcos Levy, afirma que o país não está preparado para copiar o modelo já utilizado com sucesso por países como os Estados Unidos, o Canadá e a França.
– Hoje e em curto prazo no Brasil não há a menor possibilidade de adaptação das farmácias, nem de que a indústria se adapte para fornecer este tipo de frasco, para que o fracionamento possa ser feito, pois seria necessário mudar uma linha de produção inteira e toda a forma como as farmácias trabalham – contesta.
O representante da indústria também acredita que o fracionamento deve ser mais discutido e não pode ser visto como uma “solução mágica” para a falta de poder aquisitivo da população. Ele diz que ainda não se estudou suficientemente o mercado para garantir a qualidade do medicamento fracionado.
– O benefício econômico não pode vir à custa da segurança e qualidade. Não se pode trocar uma coisa pela outra. É preciso ter o benefício financeiro, mantendo-se os outros benefícios.
Uma outra preocupação do segmento industrial é a falta de fiscalização nas farmácias, já que o fracionamento de medicamentos exige condições específicas e a presença de um profissional farmacêutico. Em comunicado enviado à Anvisa, a Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma) diz que o principal prejuízo da medida é o retrocesso no controle de qualidade e procedência dos medicamentos, além dos riscos da superdosagem.
O diretor da Anvisa, Dirceu Mello, afirma que compartilha das mesmas preocupações da indústria, mas que o setor está entendendo lentamente a proposta do governo e aos poucos vai aceitar a proposição.
– Teremos, sem dúvida, um período difícil para iniciar com grande força o processo e perceber as mudanças – reconhece.
Farmácias não podem se adaptar à venda fracionada em curto prazo
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Publicado quarta-feira, 13 de abril de 2005 as 16:07, por: CdB