Para o atual ocupante do Ministério da Justiça, Torquato Jardim, a força do crime organizado nas favelas cariocas, incluindo o tráfico de drogas e milícias, tem sido um desafio.
Por Redação – do Rio de Janeiro
Um dia após a operação integrada das forças de segurança estadual e federal no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, Zona Norte da Cidade, a favela voltou a registrar troca de tiros. Pelas redes sociais, moradores relatam que desde as 5h deste sábado bandidos armados voltaram ao local, depois da saída do exército. Na Rocinha, Zona Sul do Rio, o ambiente também era de tensão ao longo deste sábado.
Segundo o comando da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Macacos, “criminosos armados entraram em confronto na parte alta da comunidade, no fim da madrugada deste sábado (7/10)”. A coordenadoria da UPP informa que o efetivo da unidade “reforçou o policiamento na região” e até a publicação desta matéria, não havia informações sobre prisões ou apreensões.
Redes sociais
Os moradores, nas redes sociais, relataram os fatos:
“Tiroteio no Morro dos Macacos a noite inteira. São 6h23m e segue intenso. Uma guerra”, escreveu um usuário das redes sociais.
“Tiroteio intenso. Assustador!”, publicou uma internauta, no Facebook.
“Que Deus proteja o nosso Morro dos Macacos, que estava na maior paz”, disse outra mulher, no Twitter.
Crime organizado
Para o atual ocupante do Ministério da Justiça, Torquato Jardim, a força do crime organizado nas favelas cariocas, incluindo o tráfico de drogas e milícias, tem sido um desafio. A autoridade espera que seja superado até as eleições, do próximo ano. Os criminosos controlam os votos em suas áreas de atuação, favorecendo candidatos que se dispõem a pagar.
O ministro participou do seminário Eleições 2018: a Democracia em Debate, realizado na sede regional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
— No Rio de Janeiro, o crime organizado está livre para eleger quem quiser. Já está mapeado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) daqui, nas 850 zonas de conflito dentro das comunidades cariocas, quais são as seções eleitorais e quem ganha mais votos naquelas seções. Isto está documentado, é desafio para os serviços de segurança; para as eleições no ano que vem. Tanto no Brasil quanto no Rio de Janeiro, em particular — diz ele.
Compra de votos
Segundo Jardim, os criminosos cobram uma espécie de pedágio em dinheiro para quem quiser fazer campanha em determinados locais.
— No caso do Rio de Janeiro, a grande interrogação é o crime organizado. Hoje você chega na entrada de uma comunidade e diz eu quero tantos mil votos, está aqui o dinheiro. Você não entra, mas o voto vem. É assim que opera o crime organizado na política, em várias cidades — conclui.