Fazenda: Risco de dívida pública chegar a 70% do PIB é reduzido

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Publicado quarta-feira, 29 de julho de 2015 as 13:51, por: CdB

Por Redação, com Reuters – de São Paulo 

O Ministério da Fazenda informou nesta quarta-feira que os riscos da dívida pública ir para patamares próximos a 70% do Produto Interno Bruto (PIB) são “grandemente reduzidos”, mesmo que o crescimento econômico seja modesto.

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No mercado, as contas chegam a ser superiores a 70%

Um dia após a agência de classificação de risco Standard & Poor’s sinalizar que pode tirar o grau de investimento do país, o Ministério da Fazenda divulgou uma nota técnica para defender o cenário oficial para a trajetória da dívida pública, que não convenceu o mercado e especialistas.

Nele, o governo passou a prever que a relação dívida bruta/PIB –importante indicador monitorado pelas agências de classificação de risco– fechará este ano a 64,7%, indo a 66,4% em 2016 e 66,3% em 2017. Para 2018, essa relação iria a 65,6%.

No mercado, as contas chegam a ser superiores a 70%. Na nota técnica, o ministério cita três cenários de bancos diferentes (sem nominá-los) que baseiam-se em parâmetros de crescimento, juros, câmbio e do superávit primário mais desfavoráveis do que usados pelo governo.

De modo geral, traz a nota, que as diferentes projeções mostram a importância de a meta da economia para pagamento de juros da dívida se recuperar. “Com essa estratégia, os riscos da dívida pública divergir para patamares próximos a 70% do PIB são grandemente reduzidos, mesmo que o crescimento do PIB revele-se modesto”.

No estudo, o ministério também conclui que as estimativas sugerem também que resultados primários próximos ou acima de 2% do PIB podem levar a dívida/PIB do país na direção de 60% “em cenários de crescimento do PIB moderado” e, para abaixo desse patamar, na medida em que o crescimento econômico se acelerar.

– Nesses cenários o endividamento público do Brasil retoma com mais presteza uma trajetória favorável à queda dos juros de longo prazo, à ampliação do investimento e ao aumento do emprego e da renda do trabalho – conclui a nota.

Em recente entrevista à agência inglesa de notícias Reuters, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, já havia argumentado que o governo leva em consideração diversas variáveis para calcular a relação da dívida com o PIB, como o impacto das operações de swaps cambiais no pagamento de juros líquidos.

Na nota técnica, o Ministério da Fazenda argumentou que “o uso de aproximações analíticas para a evolução da dívida pode produzir resultados que, ainda que sugestivos, podem não capturar a real dinâmica dessa dívida”.

Na semana passada, o governo reduziu as metas de superávit primário para este e os próximos anos, gerando uma forte reação negativa entre os agentes econômicos.