Fim de esperança da Itália para a Copa provoca choque e tristeza

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Publicado Terça, 14 de Novembro de 2017 às 11:04, por: CdB

O presidente da FIGC, Carlo Tavecchio, disse que uma “solução conjunta” é necessária após a derrota para a Suécia pelo placar agregado de 1 a 0

Por Redação, com Reuters - de Milão/Roma:

Os italianos, que consideram uma vaga na Copa do Mundo quase um direito de nascença, entraram em depressão coletiva nesta terça-feira depois que a seleção fracassou na tentativa de obter um lugar na competição da elite do futebol pela primeira vez em 60 anos.

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A Itália disputou os últimos 14 mundiais e venceu dois deles

“Desastre”, “pesadelo”, “humilhação” foram só algumas das palavras estampadas nas manchetes dos jornais da Itália para descrever o choque da eliminação do time nas mãos da pouco falada Suécia na segunda-feira.

– Apocalipse Azzurra – disse a primeira página do jornal La Stampa; referindo-se ao nome extraoficial da seleção, cuja camisa azul brilhante reflete a cor do mar Mediterrâneo.

A Itália disputou os últimos 14 mundiais e venceu dois deles. No total o time triunfou quatro vezes, uma façanha só superada pelo pentacampeão Brasil; e é o único ex-campeão mundial a ficar fora do torneio do ano que vem.

– Isto é um desgosto, a Copa do Mundo não pode existir sem a Itália. Simplesmente não pode existir – disse Francesco Macella, torcedor que estava no estádio San Siro do Milan; e viu sua seleção se mostrar incapaz de superar os suecos na tensa partida de volta sem gols de seu playoff europeu depois de perder o jogo de ida por 1 a 0 em Estocolmo.

A cada quatro anos a Itália se une por causa da Copa do Mundo, pondo de lado as rivalidades; para se tornar uma nação unida por um breve período de tempo e torcendo por todos os jogadores; independentemente de terem vindo de Milão, Roma ou Nápoles.

– Fracassamos, e em nível social isto poderia ter sido muito importante – disse o lendário goleiro Gianluigi Buffon em uma entrevista que deu aos prantos; minutos depois do apito final de segunda-feira, reconhecendo o significado mais abrangente da seleção.

Culpa

Embora os jornais tenham atribuído a culpa exclusivamente ao técnico Gian Piero Ventura; e ao presidente da Federação de Futebol da Itália (FIGC, na sigla em italiano), Carlo Tavecchio, alguns torcedores acharam que o fiasco refletiu problemas mais amplos.

– Esta partida espelha nosso país, que está desmoronando – disse Stefano Martufello, decepcionado, ao sair de San Siro.

A Itália está se recuperando lentamente de uma recessão prolongada. Mas a maioria das pessoas diz não ver sinais de recuperação; os salários estão estagnados e o desemprego está acima dos 11 %.

No fronte político, pesquisas de opinião preveem que as eleições parlamentares marcadas; para maio próximo resultarão em um impasse.

Federação 

A Federação de Futebol da Itália (FIGC) se reunirá nesta quarta-feira para debater o futuro do técnico Gian Piero Ventura; após o fracasso da seleção italiana nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018.

O presidente da FIGC, Carlo Tavecchio, disse que uma “solução conjunta” é necessária após a derrota para a Suécia pelo placar agregado de 1 a 0 na repescagem. A Itália não deixava de se classificar para um Mundial desde 1958.

– Estamos profundamente amargurados e decepcionados com o fracasso em nos classificarmos para a Copa do Mundo; é um fracasso esportivo que precisa de uma solução conjunta – disse Tavecchio em um comunicado da FIGC.

– Por esta razão, convoquei uma reunião nesta quarta... para realizar uma análise minuciosa e decidir escolhas futuras.

Ventura, cujo contrato foi renovado em agosto para durar até a Euro 2020; se recusou a renunciar logo após o empate sem gols com os suecos na segunda-feira.

O treinador

O treinador de 69 anos, o mais velho a comandar o time italiano; foi descrito por Tavecchio como um “mestre do futebol”; quando substituiu Antonio Conte depois da Euro 2016; e inicialmente recebeu um contrato de dois anos.

Ventura nunca conquistou nenhum grande título nem treinou um dos gigantes italianos Milan, Inter de Milão ou Juventus; e passou a maior parte da carreira em divisões inferiores. Mas tem uma carreira longa no país e a reputação de desenvolver jovens talentos.

Ele também angariou respeito depois de uma passagem de cinco anos pelo Torino; durante os quais tirou o clube da segunda divisão e conseguiu vários resultados respeitáveis no meio e na parte superior da tabela do Campeonato Italiano.

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