Financiamento ilegal condena partidos no México

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Publicado terça-feira, 7 de outubro de 2003 as 02:32, por: CdB

O Instituto Federal Eleitoral (IFE) multou na última segunda-feira o Partido Ação Nacional (PAN) e o Partido Verde Ecologista (PVEM) em US$ 35 milhões e US$ 18 milhões, respectivamente, por financiamento irregular de campanha durante a eleição que colocou o presidente Vicente Fox no poder (2000).

Conforme o IFE, a campanha que elegeu Fox foi financiada com recursos ilegais do PAN, o partido do presidente, e dos ‘verdes’.
 
Na segunda-feira, a comissão de fiscalização do IFE analisou formalmente o relatório final sobre o caso, após três anos de investigações sobre as campanhas do PAN e do PVEM, que formaram uma coalizão nas eleições de 2000, sob o nome de Alianza por el Cambio (Aliança pela Mudança), para acabar com 71 anos de hegemonia do Partido Revolucionário Institucional (PRI).

O conselheiro do IFE José Barragán advertiu que a multa ainda pode crescer se for comprovado que mais de US$ 400 mil vieram do exterior para financiar a campanha de Fox.
 
A associação civil ‘Amigos de Fox’, um grupo de apoio à democracia e várias empresas privadas contribuíram com até 9 milhões de dólares para a campanha do PAN, sem que o partido informasse estas contribuições ao IFE, como exige a lei eleitoral.

Do total de recursos não declarados, há uma contribuição procedente de contas bancárias dos Estados Unidos, o que é proibido pela legislação mexicana. A decisão é o capítulo final da polêmica campanha eleitoral de 2000, durante a qual o PRI também utilizou financiamento ilegal da empresa estatal Petróleos Mexicanos (PEMEX) e foi multado em quase US$ 100 milhões.

O financiamento ilegal envolveu o PRI no chamado Pemexgate, caso onde líderes sindicais petroleiros e ex-dirigentes do partido foram acusados do desvio de US$ 230 milhões da estatal. Parte destes recursos foi entregue ao PRI para a campanha eleitoral de 2000.