Flávio Bolsonaro estréia no Senado com direito a CPI do Queiroz

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Publicado Quarta, 26 de Dezembro de 2018 às 13:47, por: CdB

Senador eleito, o primogênito da família de Jair Bolsonaro (PSL), presidente eleito, tomará posse de uma cadeira na Casa, em 1º de fevereiro do ano que vem.

 
Por Redação - de Brasília
  A cúpula do PT e demais partidos de oposição, no Senado, já preparam o pedido de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Será a primeira da nova legislatura.
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Queiroz, ao lado do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL), é alvo de investigação policial
Senador eleito, o primogênito da família de Jair Bolsonaro (PSL), presidente eleito, tomará posse de uma cadeira na Casa, em 1º de fevereiro do ano que vem. Seu ex-assessor e motorista Fabrício Queiroz já evitou, por duas vezes, o depoimento ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPE-RJ) em que se explicaria sobre movimentações atípicas em sua conta bancária. Para o deputado estadual Rogério Correia (PT-MG), o caso envolvendo o ex-assessor é grave e embasa o pedido de CPI, em curso. Segundo Correa, que integra a Comissão Nacional da legenda, pesa ainda sobre Queiroz a suspeita de que ele recebia propina de empresas de ônibus e fazia lavagem de dinheiro de milícias. Ainda segundo o parlamentar mineiro, os parceiros de negócios sujos com o então assessor de Flávio Bolsonaro constam entre os suspeitos de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ). Em nota pública, Correa sublinha que seria "tudo para financiar a família Bolsonaro”.

Nervos

Na mesma mensagem divulgada no Twitter, nesta quarta-feira, Correia refere-se ao artigo do jornalista Elio Gaspari, no diário conservador paulistano Folha de S. Paulo. No texto, afirma que a gravidade em torno do silêncio do ex-assessor tem acumulado uma imensa tensão suicida para o bolsonarismo, em seus momentos iniciais de governo. Gaspari ressalta que “o PM Fabrício Queiroz continua sumido. Quem conhece o mundo das malfeitorias garante: ‘É suicídio’. Ele não aparece em casa e não compareceu aos depoimentos combinados com o Ministério Público”. O desenlace do caso, no entanto, tende a ocorrer somente após a posse do futuro senador. “Admita-se que esteja com os nervos em pandarecos, pois passou de amigo da Primeira Família para o centro de uma rede de movimentações financeiras pra lá de suspeitas. Seu ex-chefe, o senador eleito Flávio Bolsonaro, diz que ouviu seu relato e achou-o "bastante plausível’. Só se poderá confiar nessa plausibilidade depois que o relato se tornar público”, acrescenta o colunista.

Silêncio

Autor de uma trilogia sobre a ditadura militar no Brasil, Gaspari diz, ainda, que “uma coisa é certa: a história segundo a qual Queiroz deixou a assessoria de Flávio Bolsonaro no dia 15 de outubro para tratar de sua aposentadoria não fica em pé”. “Ele foi exonerado no dia seguinte ao aparecimento da notícia de suas movimentações bancárias ‘atípicas’. Além disso, no mesmo dia, foi exonerada sua filha Nathalia, que estava lotada no gabinete de Jair Bolsonaro, em Brasília. Quando os dois tornaram-se ‘ex-assessores’, faltavam 13 dias para o segundo turno”, acrescenta. O ca Para o jornalista, “o silêncio de Queiroz faz com que suas movimentações financeiras "atípicas" continuem apenas como algo suspeito. Um depósito de R$ 24 mil na conta da mulher de Jair Bolsonaro já foi explicado por ele como parte do pagamento de um empréstimo pessoal”.
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