FMI aprova contas do Brasil e elogia condução das reformas

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Publicado sexta-feira, 5 de setembro de 2003 as 20:27, por: CdB

O cumprimento de todos os critérios de desempenho por parte do governo brasileiro levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a aprovar a quarta e penúltima revisão do acordo de US$ 30 bilhões, firmado em setembro do ano passado. O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, anunciou que o Brasil vai sacar os US$ 4,2 bilhões liberados hoje, elevando para US$ 23,7 bilhões o montante de que o país já lançou mão até agora.

Em nota à imprensa, a vice-diretora gerente do Fundo, Anne Krueger, elogiou a forma como o Brasil conduziu os pontos centrais das reformas tributária e previdenciária. De acordo com a nota, os resultados foram alcançados bem antes e o desenvolvimento dessa política levou às melhorias de mercado e “preparou o palco para a volta do desenvolvimento do crescimento sustentado e dinâmico”.

Krueger disse ainda que a condução das políticas fiscal e monetária foi indispensável no resgate da confiança do mercado. “O sólido resultado fiscal alcançado demonstra o compromisso do governo com os objetivos de superávit primário”, diz a nota. Sobre a política monetária, a vice-diretora gerente afirmou que o Brasil soube responder às pressões inflacionárias do final de 2002 e inicio deste ano, o que resultou num firme declínio dos índices e nas perspectivas de inflação, permitindo, ao Banco Central, relaxar na política monetária. “À medida que os indicadores continuem convergindo para as metas do governo, haverá espaço, nos próximos meses, para relaxar ainda mais a política monetária. O relaxamento constante das condições monetárias deve gerar um importante impulso ao crescimento”, acrescenta a nota.

O comentário de Krueger coincide com o que tem afirmado o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, sobre a possibilidade de um novo acordo, já que o atual será concluído este ano. “Hoje se você olhar para frente, vê a possibilidade real e objetiva de crescimento econômico. Então o acordo é outro”, afirmou Palocci, ao comentar que o Brasil só firmará um novo acordo com o FMI se os termos do acordo não prejudicarem a perspectiva de crescimento do país. O ministro adiantou que, caso a decisão seja por um novo empréstimo, o montante será inferior ao atual. Os técnicos do FMI estarão de volta ao Brasil para a última revisão em novembro, quando estará em análise a liberação de outros US$ 7 bilhões.

Palocci voltou a afirmar que a decisão do novo acordo será técnica, sem interferências políticas, e servirá como suporte fiscal. “O acordo só tem sentido se tecnicamente tiver colocado a necessidade de fazer”, afirmou. Palocci disse ainda que o Brasil não precisa de acordos com o FMI para adquirir a confiança do mercado. “O que dá credibilidade ao governo é o cumprimento da agenda proposta no inicio do ano. Como ela está sendo cumprida, a credibilidade está crescendo”, comentou.

O ministro não informou quando o governo sacará os US$ 4,2 bilhões liberados hoje e disse que o montante servirá para engordar as reservas brasileiras.