O ataque governamental na área densamente povoada e situada nos arredores de Damasco, que começou no mês passado, se tornou uma das campanhas mais agressivas da guerra
Por Redação, com Reuters – de Beirute:
Forças do governo da Síria realizaram ataques aéreos intensos em Ghouta Oriental nesta quarta-feira na tentativa de dividir o enclave rebelde em dois, intensificando uma campanha para impor a maior derrota desde 2016 aos combatentes de oposição ao presidente sírio, Bashar al-Assad.

O ataque governamental na área densamente povoada e situada nos arredores de Damasco; que começou no mês passado, se tornou uma das campanhas mais agressivas da guerra; atualmente em seu oitavo ano, e seus bombardeios já mataram centenas de pessoas.Imagens ao vivo transmitidas pela televisão estatal síria das cercanias da cidade de Mesraba mostraram colunas de fumaça enormes se erguendo no céu; e era possível ouvir os sons de explosões e de caças aéreos.
Um correspondente da TV estatal disse que as defesas dos militantes na cidade estavam sendo alvejadas com “fogo preparatório” antes de um ataque de infantaria em preparação.
– Mesraba está sofrendo um ataque pesado – disse Khalil Aybour; membro de um conselho de oposição de Ghouta Oriental.Capturar Mesraba seria um grande passo para isolar a metade norte de Ghouta Oriental; incluindo sua maior cidade, Douma, da metade sul. Até agora as forças do governo tomaram mais de 40% do território.
Os civis vêm fugindo das áreas das frentes de batalha na direção de Douma e se escondendo em porões.”Está ruim no porão, mas é melhor do que o bombardeio”, disse Adnan; morador de Douma de 30 anos que vem se abrigando com a esposa e a filha de dois anos no subsolo com outras 10 famílias; à agência inglesa de notícias Reuters por telefone.
A Organização das Nações Unidas (ONU) disse que 400 mil pessoas estão retidas nas cidades e vilarejos de Ghouta Oriental; sitiadas pelo governo há anos e já ficando sem alimentos e remédios antes mesmo do ataque.
Comboio humanitário
Um comboio humanitário chegou à área nesta semana, mas autoridades do governo confiscaram a maior parte de seus suprimentos médicos. A Rússia, aliada mais poderosa do presidente sírio, Bashar al-Assad; ofereceu passagem livre aos combatentes rebeldes com suas famílias e armas pessoais.
A proposta lembrou acordos anteriores sob os quais os insurgentes, que se deparam com uma derrota militar; tiveram permissão de recuar para áreas dominadas pela oposição junto à fronteira turca.
O grupo de monitoramento Observatório Sírio dos Direitos Humanos disse que; 800 civis foram mortos por bombas e disparos de artilharia do governo.