França proíbe ato pró-Palestina e deflagra crise no governo de Macron

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Publicado Sexta, 14 de Maio de 2021 às 10:51, por: CdB

Em função do número de imigrantes muçulmanos e judeus na França, o recente conflito no Oriente Médio envolvendo Israel e Palestina tornou-se um catalisador político, deflagrando uma nova crise no governo de Emmanuel Macron.

Por Redação, com Sputnik - de Paris
Em função do número de imigrantes muçulmanos e judeus na França, o recente conflito no Oriente Médio envolvendo Israel e Palestina tornou-se um catalisador político, deflagrando uma nova crise no governo de Emmanuel Macron.
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França proíbe manifestação pró-Palestina e deflagra crise no governo de Macron
As ações no Oriente Médio, historicamente, reverberam com força na França, principalmente nas cidades onde há um grande número de imigrantes judeus e muçulmanos. Nesta sexta-feira, o país viveu uma nova escalada de tensões, no esteio de uma decisão do ministro do Interior, Gérald Darmanin, que proibiu uma manifestação pró-Palestina em Paris, escreve a Rádio França Internacional. O ato em apoio aos palestinos estava previsto para este sábado. Gérald Darmanin, ao cancelar o evento unilateralmente, alegou "riscos de ameaças à ordem pública". As autoridades francesas querem evitar cenas de violência como as registradas em 2014, durante um protesto contra a ofensiva israelense à Faixa de Gaza. A atual escalada de tensões entre Israel e o Hamas, que controla o território palestino, provoca reações acaloradas tanto da esquerda quanto da direita francesa. O senador considerado de esquerda Pierre Laurent denunciou a "colonização sistemática e ilegal de Jerusalém Oriental pelo poder extremista de Netanyahu, por um exército de ocupação e por colonos fanáticos". – A França é o único país do mundo onde todas as manifestações de apoio aos palestinos e de protesto contra o governo de extrema direita israelense são proibidas. O único objetivo dessa decisão é provocar incidentes e estigmatizar essa causa – acusou o líder do partido França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon.

Associação Palestinos

A Associação Palestinos da região parisiense, que convocou o ato, fala "em provocação, ataque à democracia e cumplicidade da França com o Estado de Israel". A entidade vai entrar com recurso na justiça nesta sexta-feira (14) contestando a proibição. Já os líderes do partido Os Republicanos, de direita, apoiaram a interdição da manifestação. A presidente conservadora da região Île de France, onde está localizada Paris, Valérie Pécresse, chamou o Hamas de grupo terrorista e disse que a reação de Israel é legítima. Macron, por sua vez, teve uma conversa pelo telefone com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e prevê ainda uma discussão com o premiê Benjamin Natanyahu para frisar a "urgência em relançar decisivamente as negociações e retomar a paz".
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