Francisco quer agilizar as reformas em curso na Igreja Católica

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Publicado Domingo, 22 de Dezembro de 2019 às 11:58, por: CdB

De acordo com o papa argentino, a Igreja deve se abrir às mudanças, pois a "rigidez" nas maneiras de viver a fé cristão criou "campos minados" de ódio e incompreensão em várias regiões do mundo, tornando o Ocidente dava vez menos católico.

 
Por Redação, com Ansa - de Roma
  O papa Francisco afirmou que a Igreja Católica precisa fazer reformas e se modernizar, pois está "atrasada em 200 anos”.
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Papa Francisco no Vaticano, sofre pressão dos setores mais conservadores da Igreja Católica, mas vem impondo, dia após dia, as transformações desejadas
A declaração foi dada durante o tradicional discurso de Natal à cúria romana, noite passada, no Vaticano. No encontro, Francisco falou sobre o que espera de 2020 e mencionou as reformas estudadas pelo Conselho de Cardeais, o chamado C6, que está próximo de elaborar uma nova Constituição para a cúria. O texto substituirá a versão anterior promulgada em 1988 pelo papa João Paulo II.

Cristianismo

De acordo com o papa argentino, a Igreja deve se abrir às mudanças, pois a "rigidez" nas maneiras de viver a fé cristão criou "campos minados" de ódio e incompreensão em várias regiões do mundo, tornando o Ocidente dava vez menos católico. — Hoje não somos mais os únicos que produzem cultura, nem os primeiros. E nem os escutamos. Hoje, as sociedades não são mais um regime de cristianismo, porque a fé não constitui mais um pressuposto óbvio de viver em comunidade — pontuou o Papa. Ainda segundo Francisco, “é urgente uma mudança de mentalidade na Igreja”. — A rigidez que vem do medo da mudança termina disseminando limitações e obstáculos no terreno do bem comum, transformando-se em um campo minado de ódio e incompreensão — afirmou Francisco.

Bastidores

No mesmo dia do discurso à cúria, Francisco anunciou uma nova mudança: a limitação a cinco anos, eventualmente renovável, do mandato de decano do Colégio de Cardeais. Isso, na prática, reduz o poder do decano. O anúncio coincide ainda com a saída do atual decano, o cardeal italiano Angelo Sodano, de 92 anos, que está no posto desde 2005 e, nos bastidores, não é considerado próximo a Francisco. — Na grandes cidades, precisamos de outros mapas, outros paradigmas, para nos ajudar a reposicionar nossas maneiras de pensar e nossas atitudes: não estamos mais em tempos cristãos, não mais! — concluiu.
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