Fuga de investidores se acentua e levam embora mais de R$ 2 bilhões

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Publicado Segunda, 26 de Abril de 2021 às 14:41, por: CdB

As novas rodadas de medidas de restrição para conter a transmissão do vírus também influíram na fuga de investidores que, em fevereiro haviam elevado o ingresso líquido para US$ 3,6 bilhões. No acumulado dos 12 meses, no entanto, os investimentos no mercado doméstico ficaram positivos em US$ 23,3 bilhões.

Por Redação, com ACSs - de Brasília e São Paulo

O Banco Central (BC) constatou que, após nove meses de resultados positivos, os investidores estrangeiros retiraram US$ 2,1 bilhões do mercado de ações e títulos públicos apenas no mês de março. O volume negociado no mercado interno havia mostrado recuperação depois dos meses mais críticos da pandemia de covid-19, mas foi afetado pelo agravamento da crise sanitária no país.

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A fuga de capitais tende a enfraquecer o mercado interno, com a redução da liquidez

As novas rodadas de medidas de restrição para conter a transmissão do vírus também influíram na fuga de investidores que, em fevereiro haviam elevado o ingresso líquido para US$ 3,6 bilhões. No acumulado dos 12 meses, no entanto, os investimentos no mercado doméstico ficaram positivos em US$ 23,3 bilhões, puxados pelos resultados dos meses anteriores.

Os investimentos diretos no país somaram US$ 6,9 bilhões no mês. Essa modalidade de investimento, diferentemente das aplicações em ações e títulos públicos, é realizado por empresas que estabelecem um relacionamento de médio e longo prazo com o país e são menos voláteis em crises momentâneas por envolver decisões mais duradouras.

Negativo

Nos 12 meses, as aplicações desse tipo totalizaram US$ 39,3 bilhões. Em fevereiro, os investimentos diretos foram de US$ 9 bilhões, maior valor para o mês desde 2011.

As empresas brasileiras aplicaram US$ 1,4 bilhão em outros países em março. Nos 12 meses, no entanto, houve retirada de US$ 6,1 bilhões. A saída caracteriza desinvestimento, quando o investidor retira dinheiro do negócio.

O saldo das contas externas ficaram deficitárias em US$ 4 bilhões no mês. Nos 12 meses, o resultado foi negativo em US$ 17,8 bilhões, o equivalente a 1,24% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado, o resultado foi negativo em US$ 71 bilhões, ou 3,97% do PIB.

A melhora nas transações correntes no ano se deu em decorrência dos resultados positivos da balança comercial durante a pandemia, da diminuição dos déficits de serviços, especialmente de viagens internacionais, e de lucros e dividendos de empresas.

Em março, contudo, a balança comercial voltou a ter resultado negativo e registrou déficit de US$ 437 milhões. As exportações totalizaram US$ 24,6 bilhões, aumento de 33,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. As importações somaram US$ 25 bilhões, alta de 53,6% na mesma base de comparação.

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