Fundo internacional de combate à Aids enfrenta dificuldades

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Publicado Quarta, 16 de Julho de 2003 às 06:14, por: CdB

O fundo global contra Aids, tuberculose e malária está com uma deficiência de recursos de milhões de dólares.

De acordo com o secretário de Saúde dos Estados Unidos, Tommy Thompson, o déficit do fundo pode chegar a US$ 800 milhões.

Nesta quarta-feira, último dia da conferência internacional sobre Aids em Paris, possíveis soluções para o problema serão discutidas.

Thompson vai fazer parte de uma mesa com ministros de saúde da África, dirigentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e representantes da UNAids (Programa de Aids das Nações Unidas) e de ONGs como a South African Treatment Action.

Escassez

O fundo foi criado há três anos como uma resposta global definitiva às três principais doenças do mundo em desenvolvimento.

Líderes dos governos mais poderosos do mundo prometeram utilizar o fundo para financiar o tratamento efetivo e a prevenção.

Inicialmente, milhões de dólares e euros foram liberados, mas há mais de um ano surgiram rumores de que começavam a faltar recursos no fundo.

Ativistas de campanhas contra a Aids dizem que a deficiência de recursos é de US$ 600 milhões, mas, segundo Thompson, os números exatos ainda não estão claros.

"Ninguém sabe ao certo", disse o secretário americano a delegados em Paris.

"Não se saberá a quantia exata até que se descubra quantas novas contribuições virão, mas vai faltar recursos".

Apelo

O fundo tem cerca de US$ 300 milhões em caixa, mas, nos próximos meses, serão aprovados gastos em um número substancial de projetos. A escassez de recursos depende do número de novas iniciativas aprovadas.

Os doadores não prometeram liberar todos os recursos necessários, e nem todo o dinheiro prometido chegou aos cofres do fundo.

Thompson fez um apelo a governos, empresas e fundações de caridade para que contribuam com mais recursos urgentemente.

Nesta quarta-feira, há uma reunião dos contribuintes do fundo para discutir o problema.

Compromisso

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que vai contribuir com US$ 1 bilhão se a Europa entrar com parcela de mesmo valor.

O presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, vai participar da reunião nesta quarta-feira, mas observadores acreditam que um grande compromisso da União Européia é improvável.
Segundo ativistas, o mundo desenvolvido precisa comprovar seu compromisso na luta contra Aids, e encontrar rapidamente os recuros.

Para eles, o fracasso em encontrar recuros vai demonstrar que o Ocidente não se importa com as doenças dos pobres.

Cientistas também estão pressionando por ação, fazendo circular um documento que pede recursos para fazer com que os medicamentos que eles prepararam estejam disponíveis para todos.

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