Acuado, o presidente aposta na máquina de fake news para tentar manter unida sua base de seguidores mais radicais. Nesta quinta-feira, por exemplo, as redes bolsonaristas foram inundadas com ataques ao deputado Luis Miranda (DEM-DF).
Por Redação - de Brasília
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid passará agora a investigar também o papel do ‘Gabinete do ódio’, estabelecido na Presidência da República, na disseminação de notícias falsas sobre a pandemia. A pauta se reúne às recentes denúncias de corrupção no Ministério da Saúde, envolvendo a compra de vacinas contra a covid-19. As ruas também se mobilizam para exigir a saída do presidente, chamado de “genocida”.
Acuado, o presidente aposta na máquina de fake news para tentar manter unida sua base de seguidores mais radicais. Nesta quinta-feira, por exemplo, as redes bolsonaristas foram inundadas com ataques ao deputado Luis Miranda (DEM-DF).
A ação orquestrada ocorreu logo depois de o policial militar Luiz Paulo Dominguetti apresentar à CPI um áudio sobre o suposto envolvimento do parlamentar na compra de vacinas. Tratou-se, no entanto, de um arquivo editado, com mensagens enviadas em outubro de 2020, sem qualquer ligação com a venda de imunizantes.
Notícias falsas
Também não faltam ataques virtuais dirigidos aos integrantes da CPI, em especial aos senadores Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL) – presidente, vice-presidente e relator da Comissão, respectivamente. Além disso, os bolsonaristas também insistem na tese de que o Supremo Tribunal Federal (STF) teria limitado os poderes do governo federal durante a pandemia. O próprio Tribunal divulgou nota desmentindo a teoria.
Diante de episódios como esses, a CPI da Covid aprovou nesta semana uma série de requerimentos para investigar a atuação do chamado “gabinete do ódio” durante a pandemia. Foram aprovadas quebras de sigilo telefônico e telemático de sete integrantes suspeitos de integrar o esquema. Segundo Renan, são assessores ou ex-assessores do Palácio do Planalto responsáveis pela criação e disseminação de conteúdos falsos na internet.
De acordo com os requerimentos, eles seriam responsáveis por “executar estratégias de confronto ideológico e de radicalização dos ataques nas redes sociais contra adversários”.